A associação ambientalista Zero apelou à criação de um sistema nacional de recolha de seringas e agulhas usadas em casa, alertando que a colocação destes resíduos no lixo doméstico põe em causa a Saúde Pública e o Ambiente.
“Não existe um sistema nacional de recolha e tratamento das agulhas e seringas utilizadas em casa (autocuidados) para administração de medicamentos injetáveis, apesar de anualmente serem vendidas em Portugal mais de 250 milhões de seringas e agulhas nas farmácias comunitárias destinadas a utentes que necessitam de insulina, de fármacos para tratamento da infertilidade ou de heparinas (anticoagulante para o pós-operatório), entre outros”, assinalou a Zero em comunicado.
A associação ambientalista explica que “estes resíduos têm características de perigosidade equivalentes às dos resíduos corto-perfurantes com origem hospitalar” e que “não podendo ser entregues nas farmácias, hospitais ou centros de saúde, estes resíduos acabam no lixo doméstico”, pondo em causa a Saúde Pública e o Ambiente e constituindo ainda um perigo para os trabalhadores afetos aos serviços de recolha e tratamento dos resíduos urbanos.
“Neste sentido, é urgente que o Ministério do Ambiente e da Ação Climática providencie a criação deste sistema de recolha”, defende assim a Zero, citando o projeto “Seringas só no agulhão”, criado pela AFP em 2019, como exemplo de referência para respetiva constituição.
“Tendo em conta a realidade existente, a Associação de Farmácias de Portugal (AFP) criou, em 2019, o projeto-piloto “Seringas só no agulhão”, de recolha nas farmácias de corto-perfurantes com origem em autocuidados. Até ao momento, já recolheu mais de 1 milhão de seringas e agulhas usadas, em apenas 50 farmácias, que iriam parar ao lixo doméstico. O sucesso desta iniciativa levou a que esta associação alargasse recentemente este projeto a todas as suas farmácias associadas, suportando todos os custos inerentes”, é salientado.
Leia o comunicado da Zero aqui.