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Reunião de farmacêuticos hospitalares ibéricos – Notícias


Os farmacêuticos hospitalares de Portugal e Espanha estiveram reunidos na terceira edição do Fórum Ibérico, que decorreu no dia 20 de junho, na Fundação Oriente, em Lisboa, numa organização conjunta da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH) e da Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria (SEFH), que contou com a participação do bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Helder Mota Filipe.

O programa do evento contemplou a discussão sobre a
avaliação das tecnologias de saúde, o empoderamento dos doentes no processo de
tomada de decisão, as melhores práticas farmacêuticas em ensaios clínicos e o
acesso a medicamentos inovadores.

Presente na abertura deste 3.º Fórum Ibérico, o bastonário
da OF salientou as relações institucionais entre a OF e a APFH, bem como com os
colegas farmacêuticos espanhóis, através do Consejo de Farmacéuticos de Espanha
e também das associações setoriais das áreas da Farmácia Comunitária (SEFAC),
das Análises Clínicas (AEFA) e da Farmácia Hospitalar (SEFH).

“Embora com realidades nacionais distintas, o que nos une é
mais do que o que nos separa, resultante das especificidades nacionais, o
contexto europeu em que nos inserimos é determinante para que possamos discutir
juntos os desafios atuais e futuros da profissão”, disse o bastonário.

O representante dos farmacêuticos sublinhou também a colaboração
com as associações de doentes, “com o propósito de nos aproximarmos das
expectativas dos doentes em relação à intervenção farmacêutica”.

Helder Mota Filipe destacou ainda o trabalho que a OF tem
vindo a realizar para desenvolvimento de normas de intervenção e atividades de
diferenciação profissional, com o objetivo de estabelecer boas práticas para a
prestação de novos serviços farmacêuticos à comunidade, diferenciados e
sustentáveis.

Como exemplo, referiu os novos serviços de dispensa de
medicamentos hospitalares em proximidade e a renovação da dispensa de
terapêutica crónica. “Em breve, será também disponibilizada a norma
profissional sobre a  consulta
farmacêutica hospitalar”, revelou o bastonário.

Para o responsável da OF, “o farmacêutico hospitalar é, e
deve ser, cada vez mais chamado a participar nas decisões relacionadas com o
custo-efetividade de diferentes opções terapêuticas, cada vez mais complexas,
frequentemente aprovadas com evidência menos robusta que o habitual e muito,
muito cara”.

Neste âmbito, referiu-se também a uma das principais medidas
do Plano de Emergência e Transformação na Saúde recentemente apresentado,
reforçando “a necessidade da implementação total do Sistema Nacional de
Avaliação de Tecnologias de Saúde, incluindo não só medicamentos, mas também
dispositivos médicos, alinhando com o movimento europeu e promovendo uma melhor
utilização dos limitados recursos disponíveis, garantindo o acesso à inovação a
quem dela necessita”.

“Uma forma de dar acesso precoce a medicamentos inovadores é
através da realização de ensaios clínicos, área em que o nosso país tem ainda um
importante caminho a fazer – Espanha é um bom exemplo de como é possível ser
competitivo, a nível internacional”, disse ainda.

No final da sua intervenção, o bastonário abordou o tema dos
recursos humanos em Farmácia Hospitalar. “A realidade mostra uma classe
profissional descontente, situação que importa alterar urgentemente. Até ao
momento foram comunicadas à OF mais de 200 declarações de exclusão de
responsabilidade, submetidas por farmacêuticos de quase duas dezenas de
estabelecimentos de saúde, o mais recente dos quais no ULS de Viseu Dão-Lafões”,
recordou Helder Mota Filipe.

“Para garantir que os farmacêuticos desempenhem
adequadamente as suas funções é, portanto, urgente que haja definição e
implementação uma estratégia de valorização dos farmacêuticos no SNS”, alertou
ainda.

“Garantir a capacidade de atrair, reter e desenvolver
farmacêuticos para trabalharem na Farmácia Hospitalar é fundamental” defende o
bastonário.

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