A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) publicou o relatório “Health at a Glance: Europe 2018 – State os health in te EU cycle”, este ano com destaque para a área da Saúde Mental e para as estratégias de redução de despesas supérfluas no setor da Saúde. O documento apresenta vários indicadores sobre o estado da saúde em vários países europeus, fatores de risco e encargos do Estado, seguros de saúde e famílias.
O primeiro capítulo do relatório foca os problemas de saúde
mental, defendendo esforços concertados para promover uma melhoria dos
indicadores nesta área. Em Portugal, estimam-se encargos na ordem dos 6,6 mil milhões
de euros com as doenças do foro mental (onde se inclui o impacto no mercado de
trabalho, no sistema de saúde e com a Segurança Social), o que representa 3,7%
do Produto Interno Bruto, um valor ligeiramente abaixo da média dos países
avaliados.
Portugal, de acordo com o relatório da OCDE, é o quinto país
com maior prevalência de problemas do foro mental, com quase uma em cada cinco
pessoas a reportar problemas de ansiedade, depressão, esquizofrenia, doença bipolar
e relacionadas com o uso de álcool e drogas, entre outros distúrbios mentais.
O documento analisa também possíveis estratégias para
reduzir as despesas supérfluas no setor da saúde. Os dados apresentados por
vários países sugerem que cerca de um quinto das despesas em saúde são supérfluas
e poderiam ser reduzidas ou eliminadas sem comprometer a qualidade dos cuidados.
Muitos internamentos por complicações associadas a doenças
como a asma e a diabetes, que representam mais de 37 milhões de dias de
internamento em toda a UE, são potencialmente evitáveis.
Em Portugal, estima-se que 5,5% das admissões hospitalares relacionadas
com a diabetes, hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica e
problemas cardíacos poderia ser evitada.
A despesa com produtos farmacêuticos nos países da UE ronda
os 17% dos encargos globais com a saúde, sendo a terceira maior parcela das despesas
nos diferentes países, logo após os cuidados hospitalares e em ambulatório. Em Portugal,
os gastos com produtos farmacêuticos representam 15,1% da despesa em saúde,
excluindo os encargos dos hospitais.
A OCDE considera que a eficiência e sustentabilidade dos sistemas
de saúde está também condicionada pela capacidade de otimização do uso e dos
encargos com medicamentos e pela identificação, e eliminação do desperdício
onde ele ocorre. Para o efeito, sugere-se uma combinação de estratégias
relacionadas com a relação benefício-custo na seleção, cobertura, aquisição e
fixação de preços através da avaliação das tecnologias de saúde, a exploração
de possíveis economias proporcionadas pelos medicamentos genéricos e
biossimilares, incentivos à prescrição racional e à adesão dos doentes à
terapêutica.
Ao longo do relatório são apresentadas as tendências mais
recentes e os principais indicadores de saúde.
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