Os farmacêuticos de indústria portugueses estiverem reunidos nos dias entre 28 de fevereiro e 1 de março, em Elvas, para mais uma edição da Reunião Anual do Colégio de Indústria (RACI). “New Paradigms in Pharmaceutical Industry” foi o tema da edição deste ano, que juntou mais de uma centena de colaboradores farmacêuticos de diferentes áreas e departamentos das empresas farmacêuticas.
O evento arrancou com as intervenções do presidente do
Conselho do Colégio de Especialidade de Indústria Farmacêutica da Ordem dos
Farmacêuticos (CCEIF-OF), Nuno Moreira, e da bastonária da OF, Ana Paula
Martins, que lançaram os temas que estariam em discussão durante os três dias
de trabalhos, o primeiro dos quais relacionado com a regulamentação da produção
de canábis para fins medicinais. Vasco Lourenço, do Infarmed, apresentou a perspetiva
da autoridade reguladora, desde os requisitos de licenciamento, inspeções,
importação e exportação de medicamentos e substâncias à base da planta de
canábis, aos aspetos relacionados com a colocação no mercado, preço e condições
de prescrição e dispensa. O tema esteve ainda em discussão no segundo dia de
trabalhos, durante a apresentação dos responsáveis das empresas Pharmaium
Cannabis e Rodon Biologics, que se detalharam requisitos técnicos e conceptuais
das unidades industriais de extração de óleo de canábis.
Ainda no primeiro dia, foi fado particular destaque ao trabalho
desenvolvido no Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos
(LMPQF) e às suas valências na área da produção de medicamentos. A farmacêutica
militar Inês Martins relatou a história centenária da instituição, recordando projetos
em que o Laboratórios tem estado envolvido, bem como a colaboração intensa com
o Ministério da Saúde. Nesta 38.ª edição da RACI, o CCEIF-OF decidiu homenagear
o LMPQF, reconhecendo assim o inestimável contributo da instituição e dos
farmacêuticos militares que fizeram parte dos seus quadros durante os 102 anos
de vida.
O primeiro dia de trabalhos terminou com uma visita ao Museu
Militar de Elvas, onde a coleção dedicada à Saúde e à Farmácia captou especial
atenção dos participantes.
No segundo dia, os temas do controlo da qualidade digital e
a indústria 4.0 evidenciaram novos caminhos e “novos paradigmas” da Indústria
Farmacêutica. Nota ainda para a apresentação de dois responsáveis da QCPharma
sobre a presença de nitrosaminas em medicamentos que contém substâncias
sintetizadas quimicamente. Os trabalhos terminaram com uma revisão das
competências e responsabilidades da Qualified Person, em particular nos
processos de serializiação.
Com um carácter mais informal, o último dia esteve reservado
à apresentação da jornalista, Carla Rocha, sobre a comunicação no contexto
profissional, e à entrega de prémios para os melhores trabalhos apresentados
nesta edição da RACI. A escolha da Comissão Científica contou com a colaboração
dos participantes e recaiu sobre o trabalho intitulado “Patients suffering from
rare diseases deserve the same quality of treatment as other patients within
the European Union”, da autoria de Inês Martins, farmacêutica especialista em
Indústria Farmacêutica no LMPQF.
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