As farmácias comunitárias da ilha Terceira iniciaram um programa de rastreio da infeção pela bactéria helicobacter pylori, com o objetivo de contribuir para a prevenção do cancro gástrico, através da identificação precoce e do respetivo tratamento com antibiótico.
O Programa de rastreio Oportunista de Helicobacter pylori (POHp) é uma iniciativa do Grupo de Trabalho de Prevenção do National Cancer HUB, criado pela Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB) e pela Direção-Geral da Saúde (DGS), em linha com o Plano Nacional de Luta contra o Cancro 2021-2030. Localmente, será coordenado pelo do Centro de Oncologia dos Açores Prof. Doutor José Conde (COA), em colaboração com a Associação Nacional das Farmácias e o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira.
De acordo com o presidente do COA, João Macedo, o projeto “tem como objetivo contribuir para a prevenção do cancro gástrico através da identificação precoce e do respetivo tratamento com antibiótico de pessoas infetadas por helicobacter na ilha Terceira, na medida em que essa bactéria é comprovadamente um grande fator de risco para o cancro gástrico, um cancro com uma incidência elevada na região. Foi possível implementar este projeto através de uma parceria com diversas instituições públicas de referência, nomeadamente um consórcio entre o COA, o IPO do Porto e o IPO de Coimbra, que deram um suporte técnico e financeiro essencial e sem o qual não se conseguiria colocar em marcha esta iniciativa, bem como apoios de diversas instituições privadas e parceiros locais que se quiseram associar à iniciativa”.
Estima-se que 65 a 80% da população portuguesa tem helicobacter pylori, uma bactéria que representa um importante fator de risco para cancro do estômago. Num país onde o cancro gástrico é dos mais frequentes e mais mortais, a prevenção assume, assim, um papel determinante.
São elegíveis para o rastreio pessoas saudáveis, com mais de 18 anos, e que estejam inscritas nos centros de saúde da região. O programa irá acompanhar e monitorizar a população elegível ao longo do tempo, tendo a duração prevista de seis meses, avaliando a viabilidade de diagnóstico.