Na Cerimónia de Abertura do 78º Congresso Mundial de Farmácia e Ciências Farmacêuticas da Federação Internacional Farmacêutica (FIP), Carmen Peña, presidente da FIP, defendeu a adoção urgente de políticas sustentáveis no setor farmacêutico. O discurso ditou o início do congresso em Glasgow, na Escócia, que decorre de 2 a 6 de setembro.
“Nós, farmacêuticos, como profissionais de saúde de
proximidade, não apenas aos doentes, mas às pessoas em geral, temos uma grande
oportunidade de atuar como um fator chave para alcançar os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas relativos à saúde e ao bem-estar
da sociedade”, referiu. “Para alcançar esta visão”, adiantou, “precisámos de
estabelecer uma série de objetivos sustentáveis, entre eles: a sustentabilidade
no acesso e no uso responsável do medicamento; sustentabilidade dos
farmacêuticos como profissionais integrados nos sistemas de saúde; e
sustentabilidade na conservação ambiental.”
Carmen Peña referiu as suas preocupações face às
dificuldades no acesso a medicamentos e, consequentemente, à crescente ameaça
dos medicamentos falsificados, reiterando a importância da adoção de políticas
locais, regionais e globais e da intensificação da colaboração internacional,
no sentido de manter um circuito do medicamento intacto.
No que diz respeito aos farmacêuticos, a presidente da
FIP acredita que a sustentabilidade requer um urgente investimento na formação
de farmacêuticos e na qualificação dos mesmos, para permitir uma melhor
distribuição dos profissionais a nível mundial. Referiu ainda a importância de
assegurar a liberdade intelectual, profissional e económica do farmacêutico
para o manter relevante nos sistemas de saúde.
Carmen Peña afirmou a importância de minimizar o impacto
dos medicamentos no ambiente, não só após a dispensa, mas durante todo o ciclo
de vida do medicamento. “Mais importante ainda, devemos pôr fim à percepção de
que as medidas ambientais são um obstáculo e considerá-las uma oportunidade de
crescer e inovar, porque, se somos parte do problema, também devemos fazer parte
da solução”, afirmou.
No ano em que termina as suas funções como presidente
da FIP após um mandato de 4 anos, Carmen Peña terminou a sua intervenção
assegurando que a saúde das populações é o “propósito fundamental” dos
farmacêuticos, e que estes têm renovado a profissão, através de serviços que
assegurem as necessidades das populações.