Sofia Morais, jornalista da TSF falecida em julho deste ano, foi a vencedora do prémio de jornalismo “Farmacêuticos e Sociedade”, uma iniciativa da Ordem dos Farmacêuticos (OF), em parceria com o Sindicato dos Jornalistas. O prémio foi entregue pela primeira vez, pelo Presidente da República, durante a sessão de encerramento do Congresso Nacional dos Farmacêuticos, que decorreu nos últimos três dias, em Lisboa.
O júri deliberou atribuir o
prémio a Sofia Morais e à qualidade da série “Horizonte VIH/Sida”, um conjunto
de 25 trabalhos emitidos pela TSF entre setembro e dezembro de 2016 e
realizados com a colaboração de Miguel Silva.
O tema das reportagens
reveste-se de particular oportunidade e interesse para os
farmacêuticos, uma vez que coincidiu com o início do projeto-piloto para
dispensa de medicamentos para o VIH/Sida nas farmácias comunitárias,
medida se perspetiva poder ser alargada a outras terapêuticas, atualmente
apenas de dispensa exclusiva nas farmácias hospitalares.
Foi deliberado igualmente conceder
duas menções honrosas, a Dulce Salzedas,da SIC, com a Reportagem Especial
sobre o programa Abem (da Associação Dignitude) e a Sónia Balasteiro, da revista
Farmácia Portuguesa, com a reportagem “Linha da Frente”, sobre a intervenção
dos farmacêuticos nos incêndios em Pedrógão Grande.
O Prémio “Farmacêuticos e
Sociedade”, suportado integralmente pela Direção Nacional da OF no valor de 3.000
euros, destina-se a reconhecer a qualidade de trabalhos jornalísticos no âmbito
da Saúde, particularmente os que versam sobre a intervenção dos farmacêuticos
de todas as especialidades: das farmácias comunitárias e hospitalares,
laboratórios de análises clínicas, indústria, distribuição, ensino,
investigação.
Sofia Morais, representada na
cerimónia pelo irmão e o filho, entre outros familiares e colegas de trabalho,
faleceu aos 46 anos de idade, vítima de doença oncológica. Dedicou
duas décadas de trabalho à TSF, como jornalista, nas áreas da Justiça e da
Saúde, e como editora.
Além dos fatores de
qualidade jornalística, o júri do prémio foi sensível ao facto de a
sua candidatura ter sido apresentada pelos colegas da TSF: um “gesto
nobre, de homenagem e reconhecimento, espelhado no
compromisso de entrega do valor do prémio à família da Sofia, os seus
dois filhos”.
O júri entendeu ainda que a
escolha da Sofia Morais é também um prémio de carreira, por toda a
atenção e o cuidado com que tratava os temas da área da Saúde, e que
fez dela uma das jornalistas de referência nesta área.