O Grupo Farmacêutico da União Europeia (PGEU) aprovou um novo position paper sobre o papel dos farmacêuticos comunitários na luta contra as resistências antimicrobianas. O documento aprovado na última assembleia geral da organização descreve um conjunto de recomendações para os decisores políticos em áreas como a prática profissional, prescrição, embalagens, ruturas, comunicação e inovação. A Ordem dos Farmacêuticos (OF) participou na elaboração deste documento através do envio de contributos sobre a prática farmacêutica nesta área em Portugal.
A assembleia geral do PGEU realizou-se esta terça-feira, dia 13 de junho, e ficou também marcada pela eleição do próximo presidente da organização, o farmacêutico neerlandês Aris Prins, que assume funções no início de 2024.
O novo documento aprovado pelos farmacêuticos comunitários europeus destaca várias atividades e serviços farmacêuticos no âmbito da prevenção das resistências antimicrobianas.
Segundo o PGEU, os farmacêuticos comunitários desempenham um papel fundamental na prevenção de infeções e na promoção de antimicrobianos através de uma variedade de serviços profissionais, como a informação sobre o seu uso adequado e responsável, promovendo a adesão à terapêutica, a realização de testes rápidos de diagnóstico de infeções bacterianas, minimizando o uso de antimicrobianos somente quando são realmente necessários, ou através de programas de vacinação, que além da prevenção de doenças infeciosas podem reduzir a dependência geral de antimicrobianos.
Além de incentivar a integração destes serviços nos sistemas nacionais de saúde, o PGEU recomenda o desenvolvimento de novos serviços e protocolos de gestão responsável de doenças comuns, aliviando a pressão sobre as unidades hospitalares e serviços de urgência.
O PGEU adverte ainda para a necessidade de simplificar e harmonizar a prescrição e distribuição de antimicrobianos, em embalagens de acordo com a duração do tratamento, e para a adoção de medidas que agilizem a procura de alternativas em situações de rutura.
Entre outras recomendações estão ainda a implementação de uma estratégia nacional de eliminação e recolha de resíduos de antimicrobianos e o desenvolvimento de novos modelos de negócio e incentivos que possam estimular o desenvolvimento de novos antibióticos.