A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, é uma das subscritoras de uma carta enviada por profissionais de saúde, empresários e gestores ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República e ao primeiro-ministro, apelando ao regresso controlado do funcionamento da economia e propondo um conjunto de medidas para evitar um novo pico de infeções por covid-19.
“Acreditamos que não é possível suspender a atividade económica
até que não exista qualquer risco de contágio. O nosso modelo de sociedade não
suportaria uma espera tão prolongada. Mas também consideramos que seria uma
atrevida inconsciência retomar a atividade sem adotar cuidados adicionais que
garantam que não teremos um ressurgimento a curto e médio prazo”, escrevem os
signatários.
Entre as medidas sugeridas está o uso obrigatório de
máscaras por toda a população, como forma de reduzir a transmissão do vírus. Mesmo
em caso de escassez, recomendam que sejam confecionadas em casa, seguindo as
instruções do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas e de entidades
internacionais como o Centro de Controlo de Prevenção de Doenças dos Estados
Unidos.
Além da realização do diagnóstico precoce de covid-18, testando
todos os suspeitos num prazo de 24 horas desde a manifestação de sintomas, estas
personalidades sugerem ainda a massificação dos testes serológicos, o recurso a
informação cedida pelos operadores de redes móveis para identificar cidadãos
eventualmente expostos a risco de contágio e a criação de Laboratórios e
Médicos sentinela para identificação de transmissão do vírus SARS-CoV-2.
“Portugal precisa de, tão rápido quanto possível, reinventar
e ajustar rotinas tendentes ao regresso a uma certa normalidade reinventada”, pode
ler-se na carta.