No passado dia 7 de julho, no Auditório Maria Odette Santos-Ferreira, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL), decorreu o Simpósio Científico da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos (SRSRA-OF) dedicado à Oncologia.
A sessão de abertura do evento contou com uma reflexão sobre cronicidade do cancro, e a importância do farmacêutico nas equipas multidisciplinares em Oncologia. A bastonária da OF, Ana Paula Martins, destacou a necessidade de um Serviço Nacional de Saúde coerente, coeso e solidário, para resultados em saúde mais efetivos e uma maior qualidade de vida das pessoas com doença.
O primeiro painel de debate, moderado pela presidente da SRSRA-OF, Ema Paulino, discutiu a centralização dos cuidados de saúde na pessoa com doença, seus benefícios e oportunidades. Segundo os intervenientes, a sustentabilidade na prestação de cuidados e na própria terapêutica oncológica passará por integrar uma inovação equilibrada e ponderada, promover a literacia de profissionais, pessoas com doença, cuidadores, decisores políticos e população geral.
No painel “Prevenção e Diagnóstico” foi abordada a complexidade das doenças oncológicas, no que respeita à interligação entre fatores intrínsecos e extrínsecos no desenvolvimento do cancro. Apesar dos convidados concordarem que a investigação científica tem apresentado desenvolvimentos significativos aos longo dos últimos anos, principalmente na área dos biomarcadores e microambiente tumoral, consideraram também que ainda falta percorrer um longo caminho na vertente da prevenção do cancro.
“A Inovação e o Acesso à Terapêutica como primeira linha de atuação” marcaram a discussão do segundo painel. A inovação metodológica nos ensaios clínicos e a importância que a imunoterapia e a terapia génica vão a assumir nos próximos anos, foram alguns dos temas abordados. Nas palavras dos oradores, este tipo de terapêuticas constitui uma oportunidade, não só para a investigação, mas também para os doentes, pelo que deveriam ser cada vez mais exploradas. Reforçou-se, mais uma vez, a relação entre marcadores tumorais e o sistema imunológico e a atualidade dos screenings de DNA, assim como os procedimentos envolvidos na pesquisa de mutações.
A mesa redonda, moderada por Miriam Alves, realçou a importância dos cuidados centrados no doente, com enfoque na consulta farmacêutica, na capacidade de “escutar” o doente e no acompanhamento psicológico do mesmo. As convidadas destacaram ainda a importância da desmistificação de citotoxicidades e da intercolaboração dos profissionais de saúde.
A sessão de encerramento ficou a cargo de Ana Mirco e Bárbara Aranda da Silva, da Direção da SRSRA-OF, que sublinharam as principais conclusões do Simpósio Científico, assim como as mais recentes descobertas na área da Oncologia, as novas opções terapêuticas e a importância da centralização de cuidados no doente.