A Ordem dos Farmacêuticos (OF) está a realizar um conjunto de visitas a laboratórios de análises clínicas e serviços de patologia clínica para afirmar as Análises Clínicas e a Genética Humana como áreas estratégicas da profissão, com especial relevância nos domínios da Saúde Pública e no apoio à decisão clínica. Nas visitas à Unidade Local de Saúde (ULS) de São João e à ULS de Santo António, ambas no Porto, os dirigentes da OF contactaram com as equipas dos Serviços de Patologia Clínica e realçaram as qualificações dos profissionais que representam, denunciando a discriminação em alguns concursos e aberturas vagas para recrutamento, para a direção de serviço e acesso à residência farmacêutica.
No ULS de Santo António, os responsáveis da OF foram recebidos pela diretora do Serviço de Patologia Clínica, Graça Henriques. Em ambas as visitas, foram estabelecidos contactos com os farmacêuticos especialistas e com os farmacêuticos residentes de cada unidade e analisada a realidade do exercício profissional farmacêutico no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A OF tem vindo a solicitar a intervenção do Ministério da Saúde e dos conselhos de administração da ULS, no sentido de repor a igualdade nos concursos para a direção técnica dos Serviços de Patologia Clínica em várias ULS, bem como na distribuição uniforme do trabalho suplementar entre profissionais que desempenham funções idênticas ou equivalentes.
Ao longo dos anos, os farmacêuticos especialistas em análises clínicas têm desenvolvido um trabalho de complementaridade e de parceria com os médicos especialistas em patologia clínica, que se tem revelado de grande importância para a promoção e consolidação de um serviço de excelência nos serviços de patologia clínica do SNS.
Embora a equiparação entre as duas especialidades esteja consagrada na Lei, continuam a verificar-se assimetrias no seu reconhecimento, que justificam a intervenção e o recurso a mecanismos legais que garantam a igualdade entre estes profissionais, nomeadamente no acesso e disponibilização de vagas nas respetivas carreiras do SNS.
Vários concursos abertos por diferentes Unidades Locais de Saúde (ULS) estão a marginalizar os farmacêuticos especialistas em Análises Clínicas no acesso à direção técnica dos respetivos Serviços de Patologia Clínica.
Exemplo disso são os concursos recentemente lançados pelas ULS da Guarda e do Médio Ave, que impedem os farmacêuticos de concorrer à direção técnica dos respetivos serviços. No mesmo sentido, os farmacêuticos estão também a ser impedidos de integrar as equipas e escalas de urgência destes serviços de patologia clínica.
A OF tem procurado reforçar a intervenção dos farmacêuticos na área laboratorial, que hoje suportam mais de 70% das decisões clínicas. No ano passado, foi estabelecida uma nova estratégia para enfrentar os desafios atuais do setor e responder às necessidades dos utentes e do sistema de saúde no acesso aos meios complementares de diagnóstico e terapêutica.
A Ordem considera fundamental a colaboração entre farmacêuticos, médicos, biólogos, técnicos de diagnóstico e terapêutica e profissionais com outras formações.
