A Ordem dos Farmacêuticos (OF), através do Conselho Nacional para a Cooperação, e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL), através do iMed – Instituto de Investigação do Medicamento, disponibilizaram recursos humanos, técnicos e científicos para apoiar os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) na realização de testes de diagnóstico à Covid-19.
No panorama atual de pandemia Covid-19 que o mundo atualmente enfrenta, o apoio aos países com sistemas de saúde mais fragilizados, que enfrentam dificuldades acrescidas na luta contra o novo coronavírus, assume particular importância, quer como dever cívico e humanístico, quer enquanto resposta global a esta emergência sanitária mundial.
A OF tem vindo a apoiar o desenvolvimento e a capacitação técnica da profissão farmacêutica nos países lusófonos, colaborando ativamente com as entidades congéneres e com as respetivas autoridades reguladoras do medicamento e do setor farmacêutico. A capacitação destes países, nas áreas em que os farmacêuticos podem desempenhar um papel diferenciador, é hoje, mais do que nunca, uma necessidade premente.
A FFUL e o iMed.ULisboa dispõe dos recursos técnicos e científicos para o diagnóstico de Covid-19 e o Departamento de Microbiologia e Imunologia está acreditado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e Direção-Geral da Saúde (DGS) para realização de exames laboratoriais de rastreio ao novo coronavírus.
Cientes das dificuldades que os farmacêuticos dos PALOP, e demais profissionais de saúde, enfrentam devido ao surto pandémico provocado pelo novo coronavírus e da importância de um reforço da capacidade para diagnóstico de Covid-19, as duas entidades decidiram disponibilizar os seus recursos para a formação de farmacêuticos e para desenvolvimento de estruturas para realização destes testes. Nos casos em que não seja possível a implementação de um centro de testes em laboratório nacional, disponibiliza-se também apoio na análise das amostras enviadas por estes países.
«Os farmacêuticos portugueses têm um histórico de colaboração com os colegas dos países lusófonos. Estivemos sempre presentes em momentos desafiantes para os respetivos sistemas de saúde e no momento atual não poderia ser diferente», realça a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins.
«Estamos a colocar à disposição dos nossos colegas dos PALOP, através da OF e da Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP), o conhecimento e o apoio técnico e científico dos farmacêuticos portugueses. É um contributo, decerto insuficiente, para um melhor combate à pandemia nos países-irmãos», refere também o presidente do Conselho para a Cooperação da OF, Helder Mota Filipe.
“A experiência de muitos anos no diagnóstico e investigação em microbiologia na FFUL e agora com a Covid19, pode ser útil para ajudar os nossos colegas dos PALOP a ultrapassar os obstáculos, porventura difíceis, desta pandemia, mas que juntos poderemos conquistar”, explica, por sua vez, o professor e investigador da FFUL, João Gonçalves.
A carta enviada pela OF às autoridades de saúde e entidades congéneres dos países africanos lusófonos foi também endereçada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), para que o apoio nacional no combate a esta pandemia seja feito de forma articulada e multiprofissional, protegendo os cidadãos e a saúde pública.