A despesa com medicamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) continua a crescer a dois dígitos.
Em 2022, os hospitais do SNS gastaram mais de 1.760 milhões de euros com medicamentos. É um crescimento de 12,1% relativamente ao ano anterior e um acréscimo de mais de 190 milhões de euros, numa tendência que se mantém ao longo dos primeiros quatro meses deste ano. Até ao mês de abril, segundo o Infarmed, os hospitais públicos continuaram a registar crescimentos na despesa com medicamentos, na ordem dos 13%.
Grande parte dos encargos com medicamentos realizados pelos hospitais ocorrem na “Consulta Externa e Produtos Cedidos ao Exterior” (44%) e no “Hospital de Dia” (36%), o que evidencia a importância da dispensa de medicamentos hospitalares em ambulatório e os cuidados prestados em regime de ambulatório, nomeadamente na área da oncologia.
A Oncologia representa também a área terapêutica com maior aumento de despesa no ano passado (10%), com o anticorpo monoclonal pembrolizumab a liderar este crescimento (+40%). Na lista de fármacos que representam maiores encargos estão ainda o tafamidis (+105%), para o tratamento da amiloidose (+56%), a combinação lamivudina e doluregravir (+238%) para o tratamento do VIH/sida (10%) e os psicofármacos (+111%).
O relatório do Infarmed detalha ainda o consumo de medicamentos na área das doenças autoimunes, como a artrite reumatóide, psoríase e doença inflamatória intestinal, em que se registou um aumento da utilização de medicamentos de 23,8%, que se refletiu num aumento da despesa de 12,3%.
Os medicamentos órfãos representam também uma fatia crescente no consumo de medicamentos nos hospitais, com crescimento de 34,3% em 2022, representando hoje cerca de 16% da despesa.
A quota de utilização de medicamentos biossimilares nos hospitais do SNS está ligeiramente acima dos 70%, embora se tenha registado um decréscimo de 4,6 pp em relação ao ano de 2021.