Assinala-se hoje o Dia Mundial da Diabetes, uma das principais doenças não transmissíveis em termos de prevalência e mortalidade a nível mundial. As estimativas das organizações internacionais apontam para cerca de 537 milhões de adultos que vivem com diabetes, um número que terá triplicado nos últimos 20 anos e que deve aumentar mais de 50% nas duas próximas décadas.
De acordo com o relatório do “Programa Nacional para a Diabetes: Desafios e Estratégias 2023”, divulgado pela Direção-Geral da Saúde, estão contabilizados quase 900 mil utentes com a doença em Portugal e cerca de 2,75 milhões de pessoas com avaliação de risco para a diabetes tipo 2. O documento destaca ainda aumento dos encargos com a doença no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas também dos internamentos e do preço dos medicamentos.
A Ordem dos Farmacêuticos traduziu para português o manual elaborado pela Federação Internacional Farmacêutica (FIP) sobre a “Prevenção, rastreio e gestão da diabetes”, que descreve as intervenções dos farmacêuticos, apoiadas por evidência que podem contribuir não só para reduzir a prevalência da diabetes, mas também para melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas que vivem com a doença.
Os farmacêuticos em atividades assistenciais estão numa posição privilegiada para prestar uma vasta gama de serviços de prevenção, identificação e gestão da diabetes tipo 1 e tipo 2, bem como apoiar os cuidados prestados por outros membros da equipa dos cuidados de saúde.
Podem também desempenhar um papel importante na referenciação dos doentes para outros prestadores de cuidados de saúde para o diagnóstico da diabetes ou para cuidados especializados.
A acessibilidade e a confiança que gozam da população permite-lhes reforçar importância e recomendar estilos de vida saudáveis, incluindo o consumo de uma dieta saudável e a prática regular de atividade física, que podem contribuir de forma decisiva para evitar o desenvolvimento da doença.
Os farmacêuticos podem também avaliar os riscos de os doentes desenvolverem diabetes, bem como os sinais e sintomas que podem indicar que têm a doença. A partir daí, podem oferecer serviços de rastreio e deteção que visam identificar as pessoas que podem ter diabetes, mas que não foram previamente diagnosticadas.
Uma vez identificados os indivíduos com níveis elevados de glicémia no sangue, os farmacêuticos podem encaminhá-los para outros profissionais de saúde, para serem formalmente diagnosticados e iniciarem o tratamento adequado.
Para além da prevenção e do rastreio, os farmacêuticos podem utilizar os seus conhecimentos especializados sobre medicamentos para apoiar os prestadores de cuidados de saúde primários no desenvolvimento de um plano de cuidados para a diabetes e avaliar a eficácia do plano que foi iniciado. Como parte desta avaliação, os farmacêuticos.