A Federação Internacional Farmacêutica (FIP) divulgou um novo relatório que salienta a importância da cooperação internacional no desenvolvimento de regulamentação das farmácias online. O trabalho apresenta um ponto de situação sobre a atividade em 79 países.
De acordo com os autores do novo relatório da Federação Internacional Farmacêutica (FIP) “Atividade da farmácia online e distribuição de medicamentos”, é necessária uma maior cooperação entre os países no desenvolvimento da regulamentação das farmácias online.
O relatório, produzido pela Secção de Farmácia Comunitária da FIP, apresenta os resultados de um estudo global de organizações farmacêuticas sobre uma vários aspetos relacionados com as farmácias online, incluindo os tipos de medicamentos que dispensam em diferentes países, a verificação da autenticidade, o uso de prescrições eletrónicas e acesso a registos de saúde dos utentes.
Os autores referem que os riscos para a segurança dos utentes incluem o abastecimento de medicamentos de baixa qualidade ou falsificados, falha nos protocolos da cadeia de abastecimento e a falta de aconselhamento profissional ou informações sobre os medicamentos. Além disso, um quarto dos entrevistados relatou casos de automedicação irresponsável ou inadequada por utentes que compraram medicamentos em farmácias online.
“As farmácias online existem há mais de 20 anos, mas a pandemia de COVID-19 mudou rapidamente o cenário da compra de medicamentos online, incluindo no setor das farmácias. É provável que as novas preferências para serviços online permaneçam e a importância das farmácias online continue a crescer. É importante para os profissionais de saúde garantir que os utentes estejam informados e com poderes para tomar decisões acertadas relacionadas com a utilização de serviços de farmácias online”, considera um dos autores do trabalho, Lars-Åke Söderlund, que foi também presidente da Seção de Farmácia Comunitária da FIP.
“A evidência indica que os farmacêuticos comunitários com acesso aos registos de saúde eletrónicos executam análises mais abrangentes, permitindo uma melhor identificação de questões relacionadas com medicação e recomendações clínicas reforçadas. O acesso dos farmacêuticos aos registos de saúde eletrónicos é especialmente crítico se um medicamento for comprado pela Internet”, diz Söderlund.
“Os consumidores desejam cada vez mais conveniência, inovação e personalização. Isso desafia os farmacêuticos a proporcionar uma experiência cara-a-cara positiva para os consumidores que utilizam os canais de compra online. No entanto, a transformação digital é crítica e é uma oportunidade para as farmácias reforçarem ainda mais o seu lugar no centro das suas comunidades, com o investimento adequado”, considera a CEO da FIP, Catherine Duggan.
“Este relatório sobre farmácias online faz parte do programa de trabalho da FIP sobre a prática farmacêutica digital. Tem como objetivo apoiar os desenvolvimentos necessários para que a nossa profissão continue a prestar cuidados de saúde de qualidade – medicamentos e serviços, online ou em farmácias tradicionais – para satisfazer as necessidades em evolução”, disse ainda a responsável da FIP.