Tomou posse esta sexta-feira, dia 14 de março, numa sessão realizada no auditório da Reitoria da Universidade da Madeira, na presença do secretário regional da Saúde e da Proteção Civil, Pedro Ramos, do bastonário da OF, Helder Mota Filipe, e do presidente da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas, Humberto Martins, entre vários outras personalidades e representantes de entidades ligadas ao setor farmacêutico e da saúde na região.
Martinha Garcia tomou posse como delegada regional da OF para o próximo triénio 2025-2027, tendo sido eleita com 84,4% dos votos expressos pelos farmacêuticos madeirenses. Sucede assim ao farmacêutico Tiago Magro, que exerceu as mesmas funções desde 2019.
O sufrágio para os órgãos sociais da OF, realizado entre 1 e 8 de fevereiro, registou uma das maiores participações de sempre em atos eleitorais para os órgãos sociais da instituição, com um total de 5.800 votantes. Entre os 363 farmacêuticos eleitores na Região Autónoma da Madeira, registou-se uma taxa de participação superior a 40%, tendo a lista liderada por Martinha Garcia registado um total de 121 votos.
Intervindo no Ato de Posse da nova delegada regional da OF, o bastonário endereçou votos de sucesso à nova representante dos farmacêuticos na região autónoma e agradeceu ao trabalho desenvolvido pelo seu antecessor. Reiterou também a disponibilidade da OF para colaborar com as entidades regionais, “garantindo que os farmacêuticos continuam a ser reconhecidos pelo seu valor e pela sua competência. Defenderemos sempre o acesso equitativo ao medicamento, o reconhecimento do farmacêutico e a defesa da qualidade dos cuidados prestados aos destinatários dos nossos serviços”, disse o bastonário.
Helder Mota Filipe lembrou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido com a Universidade da Madeira para “finamente abrir o ciclo preparatório para o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticos, promovendo a formação de farmacêuticos na região e destacou também a aposta do Governo Regional da Madeira na especialização de farmacêuticos, “contando já hoje com sete farmacêuticos residentes na área da Farmácia Hospitalar”, embora tenha também reforçado a importância de “continuar a investir na Residência Farmacêutica e formar também farmacêuticos nas áreas das Análises Clínicas e da Genética Humana”.
O bastonário defende um “investimento sustentado na área da saúde, capaz de atrair e reter profissionais farmacêuticos, no Serviço Regional de Saúde e fora dele, e garantir o regular abastecimento de medicamentos e outras tecnologias da saúde, combatendo a rutura no abastecimento, algo que na Região Autónoma da Madeira é ainda mais acentuado”, particularmente em períodos de instabilidade internacional e nacional.
Helder Mota Filipe referiu-se, de forma particular, aos desafios da insularidade no setor da saúde e do medicamento, considerando o “planeamento e gestão” como “fatores-chave para garantir uma resposta farmacêutica contínua e de qualidade”.
Na área da Farmácia Comunitária, o bastonário reforçou a importância de continuar a reforçar a intervenção dos farmacêuticos na prestação de serviços diferenciadores, dando como exemplo o serviço de renovação da terapêutica crónica, que permite “um verdadeiro acompanhamento dos doentes crónicos, através do acesso à prescrição e dispensa de medicamentos e à comunicação com os médicos através do envio de notas terapêuticas simples através dos sistemas de informação, garantindo a dispensa continuada de medicamentos a cada dois meses”.
Helder Mota Filie realçou também o contributo dos farmacêuticos para a vacinação na Região Autónoma da Madeira, à semelhança do que acontece no continente. “Portugal é um exemplo mundial na vacinação por farmacêuticos, contribuindo para elevadas taxas de cobertura vacinal, sobretudo para a gripe e a COVID-19”, lembrou.
Por fim, apelou ainda à implementação de serviço que permitam aos farmacêuticos intervir em determinadas situações clínicas ligeiras, como já acontece hoje em vários países. “Temos de criar condições para que, garantindo a qualidade e a segurança das intervenções, os utentes possam ter acesso à resolução adequada dessas situações sem sobrecarregar outros níveis de prestação de cuidados, como os cuidados primários ou as urgências hospitalares. Estas intervenções têm de obedecer a protocolos previamente desenvolvidos, envolvendo todas as entidades relevantes. Para além da robustez técnica dos protocolos, é necessário um sistema de informação de suporte que permita, por exemplo, acesso a dados e à partilha da informação sobre estas intervenções com o médico de família do utente”, explicou.
A terminar, o representante dos farmacêuticos deixou “o repto para que os farmacêuticos madeirenses e porto-santenses se aproximem ainda mais da sua Ordem e que exijam mais de nós”.