Nova bastonária quer uma Ordem activa, coesa e virada para o futuro – Notícias


Um mandato fundamentado no rigor, na confiança e na transparência.

Ana Paula Martins tomou posse, no dia 17 de Fevereiro, como Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF) para o triénio 2016-2018.

“Um mandato fundamentado no rigor, na confiança e na transparência”

Nova bastonária quer uma Ordem activa, coesa e virada para o futuro

Ana Paula Martins tomou posse, no dia 17 de Fevereiro, como bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF) para o triénio 2016-2018. Com ela foram também empossados os restantes membros dos Órgãos Sociais da Ordem para o mesmo período – Assembleia Geral, Direcção Nacional, Conselho Jurisdicional e Conselho Fiscal. A nova representante dos farmacêuticos portugueses assumiu o compromisso de cooperação e diálogo com as demais profissões da área da Saúde e com todos os agentes ligados ao sector, no sentido de “garantir um Sistema Nacional de Saúde moderno, desenvolvido, sustentável, qualificado e transparente, onde os doentes e cidadãos sejam o centro das atenções e objectivos”.

A cerimónia de tomada de posse dos órgãos nacionais da OF realizou-se na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, tendo contado com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, de vários dirigentes e representantes de instituições e personalidades ligadas ao sector da Saúde, bem como de algumas dezenas de farmacêuticos.

No seu primeiro discurso como bastonária, Ana Paula Martins assumiu como “prioridade interna” a proximidade da OF com os seus membros, insistindo na importância de uma maior “mobilização e participação” dos farmacêuticos em torno da sua Ordem, até como forma de aumentar a sua “influência junto do poder político e nos agentes sociais”.

A recém-empossada bastonária agradeceu ao seu antecessor “o valioso contributo dado à Ordem e à profissão durante os últimos seis anos”, agradecimento este extensivo a todos os membros dos órgãos sociais da Ordem que o acompanharam. Dirigindo-se directamente a Carlos Maurício Barbosa afirmou: “os farmacêuticos estão, a si e à sua família, eternamente gratos pela dedicação e empenho com que exerceu as funções”. E concluiu desejando “uma vida feliz e plena de realizações”.

A nível interno, a nova bastonária anunciou a criação de uma plataforma profissão-ensino, que será liderada pela professora catedrática da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, Margarida Caramona. De acordo com Ana Paula Martins, a profissão e o ensino andarão de mãos dadas, “definindo estratégias comuns” para que os farmacêuticos tenham formação “nas áreas que são efectivamente necessárias”.

Para a bastonária, os farmacêuticos estão cientificamente bem preparados e a rede de farmácias portuguesas é uma das melhores do mundo, assim como os serviços farmacêuticos hospitalares são de reconhecida qualidade. Acrescentou ainda que os farmacêuticos são, habitualmente, “o primeiro contacto dos cidadãos com o sistema de saúde” e que têm sabido responder às dificuldades que o País e os portugueses atravessam, contribuindo, por exemplo, para que os doentes não fiquem sem medicamentos, “apesar da falta de 57 milhões de embalagens nas nossas farmácias durante o último ano e de a despesa com medicamentos no SNS ter sido reduzida para valores só comparáveis à Roménia, Hungria e Letónia”.

Ana Paula Martins sublinhou a partilha de preocupações com as associações de doentes e consumidores em torno da segurança dos medicamentos, assegurando que a promoção do uso responsável do medicamento será também uma das prioridades do seu mandado.

Dirigindo-se ao ministro da Saúde, a nova bastonária manifestou a “intenção de trabalhar de forma séria e empenhada para garantir um Sistema Nacional de Saúde moderno, desenvolvido, sustentável, qualificado e transparente, onde os doentes e cidadãos sejam o centro das atenções e objectivos”.

Conforme sublinhou, “os farmacêuticos dispõem de qualificações e capacidades imprescindíveis para o desenvolvimento da saúde em Portugal” e “saberão sinalizar obstáculos”, que, em sua opinião, “só existem porque há interesses a defender, corporativismo já em desuso e modelos que persistem irracionalmente, apesar de esgotados”.

Neste sentido, manifestou a disponibilidade dos farmacêuticos portugueses para cooperar e dialogar com os médicos, enfermeiros e demais profissões da área da saúde, numa base de “consideração e respeito pelas áreas de intervenção de cada profissão da saúde”.

A nova bastonária propôs, assim, a inclusão dos farmacêuticos nas equipas de saúde familiar e a urgente criação da carreira farmacêutica no Serviço Nacional de Saúde (SNS), revelando ao governante que estas serão duas medidas pelas quais a Ordem se vai bater neste mandato.

No final, dirigiu-se aos jovens farmacêuticos, afirmando que o presente e o futuro da profissão está nas suas mãos e revelando que o trabalho que estes vêm desenvolvendo em Portugal e na Europa constituiu o mote do farmacêutico como profissão do futuro, lema da sua campanha. “Os que de nós cá ficaram nos últimos anos, com a sua vida profissional totalmente destruída e o seu ideal farmacêutico colapsado, são a razão para que nunca desistamos de lutar”, assegurou.

Ana Paula Martins terminou saudando “duas referências pessoais”: o bastonário da OF entre 1989 e 1995, Carlos Silveira, que lhe deu a oportunidade, há 25 anos, para ser sua secretária-geral na OF, e a professora e investigadora Maria Odette Santos-Ferreira, de quem diz ter herdado “a determinação e a persistência pela verdade e pelo bem comum”. 

Dirigindo-se aos dois ilustres farmacêuticos evocados pela recém-empossada bastonária, o ministro da Saúde afirmou também que representam os valores do conhecimento, da ciência e da “construção, pela positiva, de um sistema de saúde que nos orgulha”.

Adalberto Campos Fernandes elogiou a nova bastonária da OF, considerando que “muito tem feito pela profissão farmacêutica, pelo ensino, pela ciência e pela acção cívica” e felicitando os farmacêuticos pela sua escolha como representante da profissão.

Do discurso da bastonária enfatizou também a ideia de que “as profissões de saúde não competem, cooperam” e que a presença dos bastonários de outras Ordens profissionais na cerimónia é disso um exemplo. “Precisamos muito mais do que competição por pequenas coisas; precisamos de cooperação por grandes causas”, afirmou.

O governante assegurou o interesse do Ministério da Saúde em dialogar com os novos dirigentes da OF “para reforçar e robustecer o SNS” e sublinhou também que o Governo conta com os farmacêuticos para mudar o sistema de saúde em Portugal. “Contamos muito com aquilo que são as novas responsabilidades e novos papéis que os farmacêuticos podem vir a exercer no sistema de saúde. Eles são efectivamente, muitas vezes, o primeiro contacto com o doente e muitas vezes são também o único contacto com o doente. É preciso não desperdiçar recursos”, defendeu.

Adalberto Campos Fernandes explicou, neste contexto, que o Ministério está a preparar a assinatura de um compromisso para o desenvolvimento e sustentabilidade do SNS, que será assinado não só pelas Ordens, mas também pelas associações empresariais e sectoriais.

O ministro assegurou ainda que o Governo tem consciência das dificuldades que o sector do medicamento tem vindo a atravessar nos últimos anos. “O sector do medicamento foi dos sectores que mais ajudou à contracção da despesa no sistema de saúde. O País deve estar grato e reconhecido àquilo que foi o esforço dos agentes do sector”, acrescentou, explicando que “é altura agora de reencontrar um caminho que proteja, sobretudo, os mais fracos, aqueles que, estando em territórios de menor densidade demográfica, de menor poder económico, como são o caso de algumas farmácias comunitárias, passaram por este período com grande dificuldade”.

Para este efeito, o responsável do Governo revelou que tem vindo a ser desenvolvido um trabalho, quer com o bastonário cessante, Carlos Maurício Barbosa, mas também agora, seguramente, com a nova bastonária, que vise encontrar uma nova relação entre o Estado e o sector das farmácias comunitárias, “que permita garantir a sua sustentabilidade a médio prazo e que este sector, tão importante para a economia do país, não seja abalado por decisões que possam levar à sua destruição”, concluiu.

No início da sessão, o bastonário cessante, Carlos Maurício Barbosa, cumprimentou a classe farmacêutica e salientou a presença do ministro da Saúde, o que, nas suas palavras muito honrou e prestigiou o acto de posse. E também “muito honra e prestigia a Ordem e a profissão farmacêutica”.

De um modo muito especial, Carlos Maurício Barbosa saudou a “distinta colega, Profª Doutora Ana Paula Martins” e a sua equipa e também “todos os colegas empossados”, tendo desejado os maiores sucessos e agradecido por se disponibilizarem para servir a Ordem e a profissão.

Referindo-se directamente à nova bastonária, afirmou: “conheço bem as qualidades da nova bastonária. Estou certo de que, com a sua dedicação, competência e conhecimento da profissão e do sector farmacêutico, saberá conduzir a Ordem com visão de futuro e princípios de rigor. E assim continuará a valorizar e a prestigiar a Profissão”, concluiu Carlos Maurício Barbosa.

Em seguida, o bastonário cessante agradeceu aos Órgãos Sociais que o acompanharam durante os últimos seis anos. De um modo especial, agradeceu aos membros das duas Direcções Nacionais que o acompanharam. E agradeceu também “à excelente equipa de colaboradores permanentes da OF”.

No final, Carlos Maurício Barbosa deixou palavras de apreço e gratidão aos anteriores bastonários da OF que o apoiaram – Carvalho Guerra, Alberto Ralha, Amaral Albuquerque, Carlos da Silveira, João Silveira e Aranda da Silva – e agradeceu igualmente a Odette Santos-Ferreira. Algo emocionado, terminou com um agradecimento público à sua família e expressou votos das maiores felicidades para todos.

O presidente da mesa da Assembleia Geral, João Silveira, antes de dar posse aos novos órgãos sociais da OF, felicitou o bastonário cessante pelo trabalho desenvolvido ao longo dos dois últimos mandatos e desejou as maiores felicidades à nova bastonária e a todos os novos órgãos sociais.

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