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Ministra da Saúde assegura avanço na Residência Farmacêutica – Notícias


A ministra da Saúde, Marta Temido, revelou ontem, durante a apresentação do estudo “Valorização do Desempenho do Farmacêutico Hospitalar”, que os programas formativos da Residência Farmacêutica vão ser aprovados brevemente, para que seja possível a abertura das primeiras vagas para residentes farmacêuticos no início do próximo ano.

“Na sequência da proposta apresentada pela Ordem dos Farmacêuticos
(OF) e do parecer da Comissão Nacional da Residência Farmacêutica, está a ser
ultimada a aprovação das três Portarias referentes aos programas de formação
para as áreas profissionais de Farmácia Hospitalar, Análises Clínicas e
Genética Humana”, anunciou a ministra na cerimónia de apresentação do estudo,
que decorreu no Salão Nobre da OF, com transmissão em direto nas plataformas
digitais da OF.

Presente também no encerramento do evento, o presidente da Administração
Central do Sistema de Saúde (ACSS), Victor Herdeiro, manifestou o desejo de
conclusão célere do processo para que seja possível a abertura das primeiras vagas
para novos residentes farmacêuticos no SNS já a partir de janeiro.

“Todos sabemos que a chegada da pandemia alterou o calendário
previsto para o desenrolar do processo da Residência Farmacêutica”, lembrou o
responsável da ACSS. “Tudo estamos a fazer para que seja no inicio do próximo ano”,
acrescentou.

O estudo realizado pela Nova SBE – School of Businesse and
Economics para a Ordem dos Farmacêuticos, com o apoio da Associação Portuguesa
de Farmacêuticos Hospitalares, apresenta vasta evidência sobre o potencial
clínico e económico de diversas atividades desenvolvidas pelos farmacêuticos
hospitalares, como a revisão e reconciliação da terapêutica, a colaboração
ativa nas visitas médicas, a avaliação de alternativas terapêuticas ou a
monitorização/farmacovogilância da utilização de (novos) fármacos, entre outras
intervenções que permitem prevenir riscos, erros de medicação, promover a
adesão à terapêutica ou obter poupanças diretas com a aquisição de
medicamentos.

No âmbito deste trabalho desenvolvido pela NOVA SBE, a OF
solicitou a todos os farmacêuticos hospitalares portugueses um registo diário
das atividades desenvolvidas nos respetivos hospitais. Foram validados quase
200 dias de registos detalhados e os resultados indicam que mais de metade do
tempo é despendido em atividades relacionadas com a distribuição de
medicamentos aos doentes internados (27%) e em ambulatório (15%), bem como na
sua produção e preparação (16%) para os diferentes serviços clínicos. Entre
processos de seleção, aquisição, atividades de revisão da medicação distribuída
ou dispensada ou a participação em comissões técnicas, restam poucos recursos
para as atividades assistenciais, junto dos doentes, onde a intervenção dos
farmacêuticos acrescente valor ao processo assistencial, contribuindo para a
redução da morbilidade e mortalidade e, consequentemente, melhores resultados
em saúde.

O trabalho apresenta exemplos de atividades levadas a cabo
pelos serviços farmacêuticos de sete hospitais portugueses – HBA, HGO, CHLO,
CHUCB, CHULC, CHUP e CHUSJ – e conclui que são necessários mais farmacêuticos
hospitalares nas unidades do SNS, de modo a compatibilizar as funções de
suporte ou clássicas, associadas por exemplo à produção e distribuição de
medicamentos, com uma maior disponibilidade para as áreas assistenciais ou
atividades de carácter mais clínico, colaborando por exemplo, na otimização e
monitorização da utilização dos medicamentos e outras tecnologias de saúde.

Criada em 2017, a carreira especial farmacêutica no
SNS permitiu a transição de centenas de profissionais em funções públicas para
uma carreira autónoma e diferenciada, mas as novas admissões estão
condicionadas pela abertura de vagas para a Residência Farmacêutica, um regime
de internato nos hospitais públicos que permite a especialização dos
farmacêuticos, condição necessária para ingresso na nova carreira e,
consequente, para a renovação geracional do quadro de farmacêuticos no SNS.

Sendo um processo de formação especializado, harmonizado
internacionalmente, a Residência Farmacêutica permite dotar os hospitais de um
corpo de farmacêuticos especialistas, que cumpriram um percurso formativo
pré-carreira integral, completo e em número adequado, antecipando assim os
desafios e necessidades em saúde dos nossos cidadãos.

A sessão de apresentação do estudo da Nova SBE ficou ainda
marcada pela homenagem, a título póstumo, à farmacêutica hospitalar Manuela Luz
Clara e pela atribuição da Medalha de Honra da OF à diretora dos Serviços
Farmacêuticos do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Fátima Falcão.

Estudo “Valorização do Desempenho do Farmacêutico
Hospitalar”

Sessão de Apresentação do estudo
Discurso da Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos
Vídeo de Apresentação do estudo

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