O novo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, tomou posse a 8 de fevereiro, numa cerimónia realizada no Salão Nobre da Academia das Ciências de Lisboa, que contou a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
Citado pela Lusa, o novo bastonário, médico urologista, afirmou que a “relação médico-doente está fortemente ameaçada”, com as excessivas tarefas burocráticas e administrativas a que estão sujeitos os médicos, referindo a necessidade de humanizar esta relação. Acrescentou que a fixação de tempos mínimos de consulta é uma determinação que “pode e deve ser assumida pelos colégios de especialidade da OM”.
Miguel Guimarães criticou medidas como a equiparação do ato médico às terapêuticas não convencionais e a proibição dos apoios da indústria farmacêutica, que são importantes para a investigação.
Exigiu também mais qualidade na formação médica e propôs a revisão dos internatos médicos, além da criação de uma bolsa de apoio à formação médica especializada, pedindo apoio para os médicos mais jovens e nas zonas longe dos grandes centros. “As assimetrias na saúde são muito grandes”, partilhou em entrevista ao Público, afirmando a necessidade de criar condições no SNS para corrigir as insuficiências nas regiões mais periféricas.
Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, afirmou que as prioridades apresentadas pelo bastonário são em muita medida as mesmas do Governo. No fim da sessão, dirigindo-se aos jornalistas, o ministro veio reconhecer que “tem de ser o médico na relação com o doente a definir o tempo de consulta”.
O discurso do novo bastonário da Ordem dos Médicos pode ser lido na sua totalidade aqui.