A medida será aplicada durante o ano de 2023 e integra o plano da tutela para diminuir as situações de ruturas de medicamentos no mercado nacional.
A Ordem dos Farmacêuticos (OF) considera que a iniciativa do Governo é positiva e responde a uma das causas para o aumento das ruturas de medicamentos nas farmácias, relacionada com a inviabilidade financeira de alguns medicamentos, o que leva à sua retirada do mercado.
A OF considera importante perceber se a medida evita, de facto, o fim da comercialização de medicamentos em risco por razões económicas. Lembra ainda a necessidade de intervir noutras causas que têm condicionado o acesso a alguns medicamentos, como a disponibilidade de matérias-primas, o aumento da procura, a inflação e custos energéticos ou a exportação paralela.
O Ministério anunciou também que deverá avançar com novas medidas para enfrentar o problema do aumento das ruturas de medicamentos nas farmácias ainda durante o primeiro semestre do ano.
Em declarações à comunicação social, o bastonário da OF saudou o Governo pela iniciativa, salientando que a solução encontrada pode ajudar a resolver o problema da falta de medicamentos por questões relacionadas com a sua viabilidade financeira, mas resolve as ruturas provocadas por outros motivos.
De acordo com a informação disponibilizada pelo Ministério da Saúde, a medida deverá gerar um acréscimo da despesa do Estado com medicamentos em cerca de 0,4% e um aumento dos encargos para os utentes de 0,5%.
A tutela vai ainda criar uma lista de medicamentos essenciais, críticos, com disponibilidade monitorizada de forma particular, que podem ser alvo de uma revisão excecional de preço. Será também introduzido o conceito de medicamento de uso excessivo, por referência ao aumento do volume de vendas e da quota de mercado, que conduzirá à redução do seu preço ainda este ano.
O representante dos farmacêuticos recorda que a maioria dos medicamentos que têm vindo a enfrentar ruturas têm alternativas terapêuticas no mercado, razão pela qual se deve ponderar a criação de mecanismos que permitam o acesso mais facilitado a alternativas terapêuticas dispensadas por farmacêuticos, em casos justificáveis, sem que o doente tenha que regressar ao médico para uma nova prescrição.