Durante o ano de 2022, a Ordem dos Farmacêuticos (OF) atribuiu o título de especialista a mais de 100 farmacêuticos, a grande maioria na área da Farmácia Hospitalar (65), em Farmácia Comunitária (18), Análises Clínicas (14) e Assuntos Regulamentares (3). A cerimónia de entrega dos diplomas decorreu no final de fevereiro, em Lisboa, na presença do bastonário e dos presidentes e representantes dos Conselhos dos Colégios de Especialidade da OF.
Existem atualmente 3.144 farmacêuticos em exercício com uma ou mais especialidades atribuídas pela OF. São profissionais com conhecimentos e qualificações diferenciadas, que podem, por isso, aceder também a funções diferenciadas nas respetivas áreas profissionais.
A entrega dos diplomas aos farmacêuticos que concluíram durante o último ano o processo de especialização numa das seis especialidades farmacêuticas atribuídas pela OF é um momento de particular simbolismo e de enorme importância para estes profissionais, mas também para a OF, que cumpre uma das suas principais missões de valorização, qualificação e diferenciação dos seus membros.
O bastonário, os presidentes e os representantes dos Conselhos dos Colégios de Especialidade da OF presentes na ocasião felicitaram os novos especialistas e endereçaram votos de sucesso na nova etapa profissional que agora vão enfrentar.
Leonor Correia, presidente do Conselho do Colégio de Especialidade de Análises Clínicas e de Genética Humana (CCEACGH-OF), recordou especialmente o esforço e empenho do Colégio e dos próprios candidatos para conclusão da especialidade a tempo da equiparação ao programa formativo da Residência Farmacêutica.
O CCEACGH-OF congrega mais de mil farmacêuticos analistas especialistas, representando uma das principais áreas da atividade farmacêutica, com aproximadamente 10% dos membros inscritos na OF.
Helena Catarino, em representação do Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia (CCEFH-OF), realçou a exigência da qualificação atribuída pela OF e a nova realidade do exercício profissional, resultante da inovação, do desenvolvimento científico e das necessidades dos doentes e da sociedade.
A responsável do CCEFH-OF considera que os farmacêuticos hospitalares são profissionais de excelência, que investem no conhecimento, como base para um exercício de qualidade.
A presidente do Conselho do Colégio de Especialidade de Assuntos Regulamentares (CCEACGH-OF), Teresa Carvalho, lembrou que o ambiente regulamentar evoluiu muito nos últimos anos, fruto dos avanços tecnológicos, da transição digital e também da inovação.
Assim justifica a necessidade da atualização de conhecimentos e se reúnem condições para cumprir os rigorosos padrões de qualidade e segurança associados às áreas do medicamento e dos dispositivos médicos.
André Paiva, do Conselho do Colégio de Especialidade em Farmácia Comunitária (CCEFC-OF), sublinhou, por sua vez, o valor acrescentado que a especialidade pode representar na vida profissional e desafiou os diretores técnicos de farmácia a promover a especialidade como elemento diferenciador nas suas equipas.
Como uma das especialidades mais recentes atribuídas pela OF, o Colégio tem ainda menos de mil especialistas, o que num universo de mais de 11 mil farmacêuticos e quase 2900 farmácias evidencia o percurso ainda a realizar.
Ficaram ainda por entregar os diplomas aos novos farmacêuticos especialistas em Indústria Farmacêutica, pois os resultados não tinham ainda sido homologados à data da cerimónia.
Na intervenção final, o bastonário sublinhou o rigor e profissionalismo com que o júri destes exames para atribuição do título de especialista conduz os processos. “É um ato de enorme responsabilidade, com profundo impacto na vida dos nossos colegas, e que justifica, por isso, pelo menos, o mesmo empenho e compromisso que eles empregam na conclusão deste processo”, realçou o bastonário.
Helder Mota Filipe considera que os novos especialistas “ultrapassaram com distinção uma etapa importantíssima no seu desenvolvimento profissional. Concluíram um percurso exigente, bastante trabalhoso, que requer uma dedicação suplementar, abdicando de outros momentos igualmente importantes, de lazer e convívio com amigos e família. É seguramente um investimento a médio e longo prazo, valorizado pelo mercado de trabalho, com responsabilidades adicionais e um grau de exigência superior, mas que tem seguramente um retorno e realização pessoal, profissional e até financeira”.
Para o bastonário, a sociedade espera destes profissionais um serviço diferenciado, mas a OF conta também com a sua expertise no desenvolvimento da sua atividade, na regulação da profissão e na definição dos mais elevados padrões de qualidade e segurança nos serviços prestados pelos profissionais que representa.
O bastonário lembrou ainda que este ano se iniciou, pela primeira vez, o programa da Residência Farmacêutica, um percurso formativo estruturado no Serviço Nacional de Saúde para a especialização dos farmacêuticos nas áreas da Farmácia Hospitalar, Análises Clínicas e Genética Humana. “É, portanto, uma outra via para a obtenção da especialidade, conferida então pelo Ministério da Saúde”, lembrou.
O processo de regulamentação da Residência e da Carreira Farmacêutica no SNS apresenta ainda algumas lacunas, que a OF tem procurado resolver em colaboração com a tutela, como é o caso do reconhecimento mútuo das especialidades atribuídas pelo Ministério e pela OF, tal como acontece com as outras profissões de saúde.
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