Hospital de São João cria consulta farmacêutica – Notícias


O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, criou uma consulta farmacêutica dedicada aos utentes oncológicos seguidos em ambulatório. Esta consulta dedica-se prioritariamente aos doentes polimedicados e/ou com várias comorbilidades, tendo como objetivo auxiliar o doente na gestão da toma dos medicamentos e avaliar possíveis interações entre os fármacos administrados.

Em declarações à agência Lusa, o diretor dos Serviços Farmacêuticos do CHUSJ, Pedro Soares, explica que “grande parte da medicina depende da intervenção farmacológica (prescrição e tratamento com medicamento) e muitas vezes sentimos que nem sempre conseguimos dar uma atenção transversal aos doentes que precisam dela para gestão de toda a sua medicação”.

De acordo com o responsável, os doentes oncológicos são, tendencialmente, mais idosos e têm, tendencialmente também, múltiplas comorbilidades, e, por esse motivo, fazem “regimes terapêuticos extensos e complexos”.

Assim, nesta consulta não está em causa apenas apoiar o doente oncológico na gestão do tratamento e tomas relativas aos medicamentos ligados à doença oncológica, mas sim avaliar as interações entre os vários fármacos que esse utente toma. Por esse motivo, a consulta dedica-se prioritariamente aos doentes polimedicados e/ou com comorbilidades.

As instruções complexas de administração, as margens terapêuticas estreitas, potenciais efeitos adversos, interações medicamentosas e os riscos de não adesão à terapêutica são os fatores que esta consulta farmacêutica quer avaliar.

“Com esta consulta farmacêutica procura-se criar um momento em que se faz uma avaliação transversal de todas as patologias”, referiu o responsável, explicando que “o que se pretende é uma melhoria do processo assistencial” e que a decisão recaiu sobre estes doentes “pela sua particular fragilidade”, podendo o projeto vir a estender-se a outras valências.

O CHUSJ segue mais de 15.000 doentes com patologia crónica em ambulatório, e mais de um terço são doentes oncológicos.

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