O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Helder Mota Filipe, deslocou-se esta quarta-feira aos Açores, para uma visita ao Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) de Ponta Delgada, na sequência da entrega de declarações de exclusão de responsabilidade por toda a equipa de farmacêuticos. O representante dos farmacêuticos visitou os Serviços Farmacêuticos e reuniu com o conselho de administração, que anunciou a contratação de quatro novos farmacêuticos para preencher lacunas de recursos humanos na farmácia hospitalar.
O Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada vai contratar quatro novos farmacêuticos para atenuar dificuldades e carências de recursos humanos nos Serviços Farmacêuticos hospitalares. O bastonário da OF esteve reunido com o conselho de administração do hospital, para compreender as restrições no serviço farmacêutico e as medidas adotadas para minimizar o seu impacto junto dos utentes, garantindo a qualidade e segurança do circuito do medicamento.
Acompanhado pela delegada regional dos Açores, Juliana Matos, e pelo secretário-geral da OF, Ricardo Santos, o bastonário visitou também os Serviços Farmacêuticos, onde contactou com a equipa de profissionais que integra a farmácia hospitalar.
O responsável da OF foi informado sobre as principais atividades desenvolvidas no serviço, mas também sobre algumas limitações e restrições ao desenvolvimento de novas atividades e serviços. Os farmacêuticos explicaram aos dirigentes da OF que as escusas de responsabilidade visam, fundamentalmente, alertar para alguns problemas graves na farmácia hospitalar.
Na última semana, a OF recebeu declarações de exclusão de responsabilidade assinadas por todos os farmacêuticos dos Serviços Farmacêuticos do HDES, por considerarem que “a qualidade e a segurança dos atos farmacêuticos” praticados nesta unidade do Serviço Regional de Saúde dos Açores “estão comprometidas”.
Os farmacêuticos hospitalares da instituição denunciaram “carências de recursos humanos e a degradação de recursos materiais”, que aumentam “riscos de contaminação” e “ocorrência de erros”, colocando em causa o cumprimento das Boas Práticas em Farmácia Hospitalar.
A OF solicitou informações sobre as atividades desenvolvidas nos Serviços Farmacêuticos à presidente do Conselho de Administração do HDES, manifestando “extrema preocupação” com as limitações descritas pelos farmacêuticos, que podem condicionar o bom exercício farmacêutico, com consequência na qualidade dos serviços prestados aos utentes.
Em declarações à comunicação social no final da visita, o bastonário reconheceu a “transparência” e “abertura” e “reconhecimento das dificuldades” pelo conselho de administração. “Demonstrou estar ciente dos problemas, quer dos recursos humanos quer das infraestruturas” e assegurou “que está neste momento a fazer um esforço grande” para ultrapassar as dificuldades.
Em termos de recursos materiais, o bastonário testemunhou “um esforço claro para os resolver, com contactos com empresas e técnicos especializados, mesmo fora dos Açores”.
“Há ambiente para que esta situação se resolva aqui no hospital”, afirmou Helder Mota Filipe, admitindo a necessidade de contratar mais farmacêuticos.
“Ficámos todos convencidos desse esforço. Iniciaram um processo de contratação de quatro farmacêuticos, o que demonstra vontade de resolver o problema”, disse o bastonário, lembrando, no entanto, que “esses processos demoram pelo menos um ano”.