A presidente da Federação Internacional Farmacêutica (FIP), Carmen Peña, defendeu um maior investimento na força de trabalho farmacêutica, como forma de garantir a cobertura universal de cuidados de saúde. “O setor farmacêutico pode gerar mais empregos decentes, inclusivos e sustentáveis, que conduzem a uma melhor proteção social, promovem a igualdade e o respeito pelos direitos humanos e o empoderamento económico de mulheres e jovens. Mas é necessário investimento na educação e investigação…”, disse a responsável na abertura do 77º Congresso Mundial da FIP.
“Podemos promover uma renovada força de trabalho de farmacêuticos, cientistas farmacêuticos e educadores experientes, competentes e especializados em número suficiente para prosseguir o nosso desenvolvimento profissional, através da expansão dos serviços farmacêuticos, dando às pessoas o que esperam e o que precisam”, acrescentou.
Carmen Peña lembrou o envolvimento da organização no desenvolvimento de sistemas de educação para farmacêuticos e na promoção da visibilidade destes profissionais, cientistas e docentes farmacêuticos nas políticas de saúde globais.
Como exemplo, a presidente da FIP recordou a recente decisão das Nações Unidas de incluir números de farmacêuticos como indicador da densidade de profissionais de saúde nos diferentes países, quando anteriormente apenas eram contabilizados médicos, enfermeiros e parteiras.
Para a dirigente da FIP, os serviços farmacêuticos são uma parte intrínseca dos serviços de saúde e os novos serviços são a resposta às novas necessidades de uma nova sociedade em áreas como a saúde pública, farmácia clínica, pesquisa, educação e novas tecnologias.
De acordo com o relatório divulgado durante o Congresso, houve algum progresso no sentido de alcançar os 13 Objetivos da FIP para o Desenvolvimento da Força de Trabalho Farmacêutica (PWDGs, desenvolvido em 2016). Dos 21 países que partilharam informações sobre esta matéria, todos, independentemente do estatuto económico, relataram algum grau de alinhamento com os objetivos, que abrangem questões como a criação de quadros de treinamento baseados em competências e o desenvolvimento avançado e especializado.
O documento agora divulgado visa apoiar a adoção dos PWDGs, contendo recomendações de especialistas baseadas em evidências. “Esta publicação é um ponto de partida para uma discussão global sobre como alcançar o progresso nos objetivos de desenvolvimento da força de trabalho através de evidências, avaliação e planeamento político progressivo. A FIP incentiva líderes globais na pesquisa de educação profissional, além de órgãos de liderança e universidades, para contribuir com o processo de identificação de uma agenda global para o desenvolvimento da força de trabalho “, afirmou Ian Bates, diretor da equipe de desenvolvimento da FIP Education.