A abordagem “One Health”, que reconhece que a saúde humana, dos animais e dos ecossistemas estão interligadas, deve ser aplicada em medidas para controlar a resistência antimicrobiana, sugere a Federação Internacional de Farmácias (FIP), numa declaração política que foi aprovada na última reunião do Conselho, realizada à margem do seu último Congresso Mundial, que decorreu em Seul, na Coreia do Sul.
Esta declaração apresenta uma série de novas recomendações aos governos e farmacêuticos para melhorar a abordagem às resistências antimicrobianas, no contexto “One Health”, através do desenvolvimento, financiamento, implementação, monitorização e avaliação dos planos de ação nacionais, com envolvimento formal de todos as partes interessadas, incluindo os farmacêuticos.
A FIP solicita aos governos que assegurem que os antibióticos que constam na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde estejam disponíveis em todos os momentos e desenvolvam uma estratégia para garantir a produção sustentável e o registo de antibióticos antigos, o que, segundo a federação, pode ajudar a resolver o problema este problema de saúde pública, bem como compensar a falta de outros antibióticos. A FIP lembra ainda que os antibióticos devem ser produzidos em dimensões adequadas ao seu tempo de utilização.
Para os farmacêuticos, as novas recomendações incluem o dever de incentivar a imunização em geral (e especificamente para a gripe) e implementar campanhas de educação para saúde sobre a importância de proteger a eficácia dos antibióticos, dirigidas aos prescritores, doentes e setores veterinário e agrícola.
A declaração atribui particular atenção à eliminação dos resíduos e embalagens de medicamentos. Os governos devem desenvolver programas de “devolução e eliminação” de antibióticos não utilizados ou expirados. Os farmacêuticos, diz a federação, devem “assumir a responsabilidade” por esses programas e informar proativamente o público sobre o uso correto e seguro dos antibióticos.
“Esta nova declaração do FIP reflete os desenvolvimentos desde a nossa última declaração sobre este tema, em 2008, que inclui a declaração sobre resistências antimicrobianas como emergência de saúde pública e novas políticas e compromissos globais contra essa crescente ameaça ao controle de doenças infeciosas. A FIP continuará a apoiar as organizações nacionais para facilitar o contributo essencial dos farmacêuticos para os planos de ação em todo o mundo, que incluem vigilância e monitorização do uso e resistência antimicrobiana, sua distribuição e regulação e prevenção e controle de infeção “, disse o vice-presidente do FIP, Eduardo Savio.