Uma nova declaração política emitida pela Federação Internacional Farmacêutica (FIP) vem propor uma colaboração mais intensa entre os governos e farmacêuticos para prestação de serviços de redução de danos associados ao consumo de drogas e o envolvimento da profissão no desenvolvimento de políticas relacionadas com o uso canábis para fins terapêuticos ou recreativos.
“Esta declaração é extremamente oportuna, face ao
número crescente de mortes desnecessárias causadas pelo uso não médico de
opióides e outras drogas, e dadas as crescentes discussões sobre as políticas
de utilização de canábis em todo o mundo”, disse o vice-presidente da FIP,
Andy Gray, citado em comunicado. “A profissão – farmacêuticos e organizações
nacionais – deve envolver-se ativamente com governos e decisores políticos, à
medida que estas situações muito fluidas evoluem. Esta é a mensagem principal
da declaração”, explicou o responsável da FIP.
O relatório da FIP, publicado em novembro do ano passado (aqui),
descreve serviços farmacêuticos desenvolvidos em farmácias comunitárias de todo
o mundo para reduzir os danos causados por drogas de abuso. “Há forte
evidência sobre o envolvimento dos farmacêuticos, e das farmácias comunitárias
em particular, numa ampla gama de atividades relacionadas com redução de danos
pela utilização abusiva de drogas. E, no que diz respeito ao fornecimento de
canábis para fins medicinais, a perícia dos farmacêuticos deve ser aproveitada”,
disse Gray.
A declaração política agora emitida pela FIP salienta
ainda a oposição de várias organizações profissionais sobre o fornecimento e uso
de canábis para fins recreativos. A FIP entende que o desenvolvimento e
implementação de políticas nesta área deve contar com a colaboração dos
farmacêuticos, considerando também as preocupações destes profissionais
relacionadas com as suas obrigações éticas e relação com as comunidades que
servem.