As farmácias portuguesas vão aprofundar a cooperação com as unidades de saúde familiar nas áreas da Literacia em Saúde, Prevenção Quaternária, Prevenção da Doença, Promoção da Saúde, Autocuidados, entre outras. O acordo assinado entre a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Associação Nacional de USF (USF-AN) prevê um trabalho mais integrado entre as farmácias e as unidades de saúde familiar, de forma a melhorar a qualidade dos cuidados de saúde oferecidos aos utentes, através da dinamização de modelos colaborativos interprofissionais.
O presidente da USF-AN, João Rodrigues, frisou a importância da aproximação das duas associações. “O principal handicap que foi e ainda continua a ser apontado e diagnosticado por nós é a dificuldade que temos neste país de trabalharmos em conjunto, de nos complementarmos, de sermos mais do que as partes”. Para o Presidente da USF-AN não há dúvidas: “se nós queremos colocar o cidadão no centro do sistema, nós temos de trabalhar em conjunto”.
Já para Paulo Cleto Duarte, presidente da ANF, “esta aproximação só é possível porque criámos a confiança necessária entre os dois lados para percebermos que aquilo que nos une é muito mais estrutural e importante do que aquilo que nos separa, que é olharmos para o doente numa perspetiva integrada e de uma forma única, assumindo que cada um de nós – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – tem competências diferentes”.
Conforme, explicaram os responsáveis das duas entidades à comunicação social, não há projetos delineados nem remuneração as sociada. “Vamos primeiro desenvolver os projetos, implementá-los, avaliar os resultados ver se trazem melhorias para a saúde, se correspondem ao interesse do doente e poupam recursos Só de pois chegaremos à remuneração”, esclareceu Humberto Martins, diretor da ANF, citado pelo Jornal de Notícias.
“Queremos ter metas e áreas comuns de contratualização e repartir o bolo dos incentivos por todos. É possível lá chegar”, acrescentou o presidente da USF-ANF.
Ambos os responsáveis deram exemplos de áreas de colaboração e de intervenção mútua, como a diabetes ou a redução do consumo de benzodiazepinas ansiolíticos e de inibidores da bomba de protões (acidez gástrica).
Se as metas definidas forem atingidas e forem apurados ganhos em saúde, a ideia é que o incentivo contratualizado para o objetivo venha a ser partilhado entre as unidades de saúde e as farmácias que aderiram ao programa.