Farmacêuticos lusófonos debateram integração nos sistemas de saúde – Notícias


A décima terceira edição do Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa juntou na capital cabo-verdiana mais de 200 farmacêuticos lusófonos, naquela que foi uma das edições mais concorridas do evento organizado pela Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP), que comemorou o seu 25.º aniversario. Cabo Verde, a par de Angola, são os únicos países africanos lusófonos em que a profissão farmacêutica é regulada por um Ordem profissional, tal como acontece em Portugal. O desenvolvimento da profissão é, no entanto, uma realidade transversal aos restantes países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), patente também nos trabalhos apresentados neste Congresso, sob a forma de póster, por farmacêuticos de diferentes nacionalidades e áreas profissionais.

O primeiro dia do evento foi
preenchido com sessões da Academia AFPLP, composta por três workshops sobre
indicação farmacêutica, resultados em saúde e sobre a atividade dos laboratórios
clínicos. Decorreu igualmente neste dia a 18.ª Assembleia Geral da associação, durante a qual foi aprovada
uma revisão da resolução sobre a intervenção dos farmacêuticos no combate às resistências
antimicrobianas.

O tema foi também abordado pelo Presidente
da República de Cabo Verde, José Carlos Fonseca, durante a sessão de abertura
do Congresso, considerando-o como “um dos mais sérios desafios” atuais, que
“tem acarretado muito sofrimento e consumido recursos muito elevados”.

“Estou certo de que serão
propostos caminhos no sentido de se concretizar as propostas da Organização
Mundial de Saúde (OMS) para se fazer face à resistência antimicrobiana,
especialmente no que se refere à racionalidade dos sistemas de saúde,
nomeadamente no que toca ao acesso aos medicamentos essenciais, ao reforço da
vigilância laboratorial, à prevenção e controlo de infeções, bem como à
utilização adequada dos medicamentos na pecuária”, disse o chefe de Estado de
Cabo Verde, citado pela Lusa.

Na sua primeira intervenção
formal após ter assumido a presidência rotativa da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), José Carlos Fonseca lembrou que “parcelas
significativas de populações não têm acesso a medicamentos essenciais e outras
atividades relacionadas com os cuidados básicos de saúde”, o que constitui, no seu
entender, “um quadro de exclusão social”.

“Infelizmente, esta situação
conduz a práticas muito nocivas, como a automedicação e o comércio ilegal e
perigoso de medicamentos”, uma realidade que, em sua opinião, “apenas pode ser
alterada definitivamente no âmbito de mudanças essenciais de todo o sistema ou
mesmo de políticas sociais mais abrangentes”.

Também o ministro da Saúde e da
Segurança Social de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, esteve presente na sessão de
abertura do Congresso da AFPLP, tendo referido os avanços na integração dos
farmacêuticos no sistema de saúde e o papel destes profissionais na melhoria
dos cuidados de saúde que são prestados à população.

A presidente da AFPLP e
bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF) cabo-verdianos, Maria da Luz Leite, lembrou,
por sua vez, a ação dos farmacêuticos para evitar as “consequências
gravíssimas” da automedicação, os efeitos adversos e o desperdício, defendendo “um
maior investimento do Estado no reforço das competências dos farmacêuticos”.

Ainda durante a abertura do
Congresso, houve lugar a uma homenagem, a título póstumo, à farmacêutica cabo-verdiana
Judite Lima, ex-presidente da AFPLP, tendo depois sido proferida a conferencia
sobre o 25.º aniversário da AFPLP, a cargo do bastonário da OF de Portugal
entre 1996 e 2001, e um dos impulsionadores da criação da associação, João
Silveira.

O evento prosseguiu com a
realização de vários painéis de debate sobre temas relevantes para a atividade
dos farmacêuticos das diferentes áreas profissionais, com especial destaque
para os desafios da inovação e a colaboração entre médicos e farmacêuticos nos
diferentes países

A conferencia de encerramento
foi proferida pelo presidente do Conselho Nacional para a Cooperação da OF de Portugal,
Helder Mota Filipe, numa intervenção intitulada “O Farmacêutico e o Futuro no Mundo”.

À margem do Congresso, a
comitiva portuguesa que se deslocou a Cabo Verde visitou também os hospitais
Dr. Agostinho Neto e Dr. Baptista de Sousa e às farmácias Mindelo, Jovem e Avenida,
procurando assim uma visão mais abrangente sobre organização e funcionamento
dos serviços de saúde no país e da cobertura assistencial farmacêutica às populações.

Clique para assistir às reportagens emitidas pela Rádio e Televisão de Cabo Verde.

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