Quase centena e meia de farmacêuticos iniciaram ontem em várias unidades de saúde do país o primeiro programa da Residência Farmacêutica, um percurso formativo de quatro anos conducente à especialização – em Análises Clínicas, Farmácia Hospitalar ou Genética Humana – e ao ingresso na Carreira Farmacêutica no Serviço Nacional de Saúde (SNS). O momento foi assinalado numa cerimónia oficial de receção aos farmacêuticos residentes, realizada no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB).
“O ano de 2023 não se poderia iniciar da melhor maneira”.
Foi com estas as primeiras palavras do bastonário da Ordem dos Farmacêuticos
(OF) na cerimónia nacional de receção aos primeiros farmacêuticos residentes,
realizada esta segunda-feira, dia 2 de janeiro, no auditório do CHUCB, num
evento que contou também com a participação do secretário de Estado da Saúde,
do diretor executivo do SNS, do presidente da Administração Central do Sistema
de Saúde (ACSS) e do presidente da Comissão Nacional da Residência Farmacêutica
(CNRF), entre outras personalidades.
Um total de 143 farmacêuticos iniciam agora o primeiro
programa formativo da Residência Farmacêutica. Estão distribuídos por 45 instituições de saúde, públicas e privadas, no continente e nas regiões
autónomas, que obtiveram a
idoneidade para acolher e formar farmacêuticos residentes.
“A Residência Farmacêutica é a base do desenvolvimento da
Carreira Farmacêutica no SNS”, disse ainda o bastonário, assegurando o apoio da
OF aos novos residentes, orientadores, diretores de serviço, CNRF, ACSS e demais entidades envolvidas no desenvolvimento
da Residência Farmacêutica.
O presidente da ACSS, Vitor Herdeiro, recordou o “longo
processo até à realização desta primeira Residência Farmacêutica”, resultado de
um trabalho de “verdadeira parceria” com a OF.
“É um dia importante para o SNS”, que finalmente responde a
uma “antiga ambição dos farmacêuticos”, considera ainda o presidente da ACSS,
ao destacar o início da Residência Farmacêutica como “marco relevante na
formação e carreira dos farmacêuticos”.
Presente também nesta cerimónia, o diretor executivo do SNS,
Fernando Araújo, afirmou que a Residência Farmacêutica reflete uma aposta do
SNS nos farmacêuticos, “procurando garantir que são oferecidas as melhores
condições para o seu desenvolvimento técnico e profissional”.
Na sua opinião, o arranque deste programa representa “a
maior disrupção no processo formativo farmacêutico no SNS”. Estes primeiros
farmacêuticos residentes têm uma “enorme responsabilidade. Pela importância
deste processo para toda a classe, mas também para a melhoria dos cuidados
prestados às populações. São pioneiros na definição deste processo, cujo
sucesso depende também deles”, acrescentou.
No encerramento desta cerimónia, o secretário de Estado da
Saúde, Ricardo Mestre, destacou o trabalho desenvolvido por várias entidades
para concretização deste novo programa formativo para os farmacêuticos do SNS,
onde se incluem a ACSS, a OF e a CNRF.
“Hoje termina todo um processo preparatório desenvolvido ao
longo de vários meses e inicia-se a execução concreta da Residência
Farmacêutica. Este trajeto tem muito de mérito, competência e reconhecimento do
que os candidatos fizerem até aqui, mas reveste-se também de elevada exigência
e responsabilidade sobre o que farão daqui para a frente”, disse o governante.
Ricardo Mestre realçou o cumprimento de um objetivo do
Programa de Governo, relacionado com a valorização dos profissionais, lembrando
ainda que estes primeiros farmacêuticos residentes “chegam ao SNS numa altura
empolgante, com muitos desafios pela frente”, desde os desafios demográficos,
às novas expectativas e necessidades dos cidadãos em matérias de saúde,
passando por reformas organizacionais e uma gestão cada vez mais eficiente de
recursos, alguns dos quais extremamente inovadores e dispendiosos.
“Daqui a uns anos, recordaremos estes 143 jovens
farmacêuticos que iniciaram este processo”, disse ainda.
Poderá rever a cerimónia nacional de receção aos
farmacêuticos residentes através das plataformas digitais do
CHUCB.