A Associação Europeia dos Farmacêuticos Hospitalares (EAHP) está preocupada com os efeitos negativos que os produtos farmacêuticos no ambiente têm na agricultura, aquacultura, gado e, em última análise, nos seres humanos.
A Associação afirma que os padrões para evitar a contaminação ambiental não são cumpridos em todos os locais de produção, especialmente aqueles situados para além das fronteiras da Europa. “É preciso ter responsabilidade para garantir que os medicamentos e seus componentes distribuídos e utilizados na União Europeia (UE) sejam produzidos sem poluição ambiental evitável”, refere o comunicado. A EAHP acredita que os apoios para a adoção de medidas mais ecológicas e avaliação dos riscos ambientais são um “bom passo na direção certa” e “devem ser prosseguidas de forma oportuna e transparente pela Comissão Europeia (CE)”.
No comunicado, a EAHP demonstrou o seu apoio à abordagem multi-stakeholder da Comissão Europeia que atenta, por um lado, ao design e a
produção de produtos farmacêuticos e, por outro lado, à partilha de melhores práticas entre profissionais de saúde. A associação acredita que a concentração de produtos farmacêuticos no meio ambiente pode ser diminuída apenas por meio de uma cooperação significativa e constante de todos os atores relevantes.
No entanto, a Associação Europeia dos Farmacêuticos Hospitalares afirma que a abordagem da CE carece do reconhecimento dos malefícios para a segurança dos utentes gerados pela acumulação de produtos farmacêuticos no ambiente. Para tal, associação propõe a adoção de medidas que encoragem e capacitem os profissionais de saúde de primeira linha, como os farmacêuticos hospitalares, médicos e farmacêuticos comunitários, para educarem outros profissionais de saúde e utentes sobre o impacto dos produtos farmacêuticos no ambiente, como os antimicrobianos, hormonas, fármacos citotóxicos e anti-inflamatórios não esteróides. Consequentemente, a EAHP solicita à CE e aos governos nacionais que assegurem a formação contínua dos profissionais de saúde, tanto ao nível da pré-graduação como da pós-graduação, nas melhores práticas em relação à prevenção da contaminação farmacêutica.