Os farmacêuticos que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) iniciam hoje, dia 22 de outubro, uma greve de três dias como forma de protesto contra o impasse nas negociações com o Ministério da Saúde para revisão da sua carreira.
O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) lamenta que, em seis meses de reuniões com os novos responsáveis do Ministério da Saúde, nada tenha sido efetivamente feito para corrigir a situação em que os farmacêuticos do SNS se encontram, sem uma revisão da sua grelha remuneratória desde o século passado, em 1999.
Em comunicado, o SNF adianta que apresentou uma proposta ao Ministério da Saúde, mas que não mereceu ainda qualquer resposta, lamentando a discriminação face a outros grupos profissionais.
“O SNF deu espaço, latitude e tempo a este Governo para que hoje (outubro de 2024) estas negociações estivessem concluídas ou pelo menos em vias de o serem”, sublinha.
Em declarações à comunicação social, o presidente do Sindicato, Henrique Reguengo, estranha o adiamento da reunião, que estava agendada o início do mês de outubro, alegando que ao longo dos encontros que manteve com a tutela nestes primeiros seis meses da legislatura “foi perfeitamente claro e assumido (…) que [o Governo] reconhecia que a situação dos farmacêuticos era absurda (…) e que era necessário intervir e mudar rapidamente”.
O sindicato já tinha ajustado a proposta inicial pelo que considera que, com a falta de contraproposta por parte do Ministério da Saúde e o adiamento da reunião, o Governo mostra “falta de vontade política”.
“Não existe nenhuma razão financeira ou dificuldade orçamental que justifique esta situação e isso foi, inclusive, assumido pelo Governo em diversas reuniões. É assim pura vontade política, ou falta dela, que traz estas negociações bloqueadas”, defende o SNF.
Em comunicado, o SNF defende que “colocar a profissão farmacêutica no lugar que ela deve ter num SNS moderno e eficaz, não é um favor feito aos farmacêuticos, é antes uma obrigação devida ao País e aos portugueses.
Henrique Reguengo destacou também que sem a revisão das condições remuneratórias da Carreira Farmacêutica no SNS acentua-se a saída de profissionais das unidades do SNS, situação que também se começa a verificar entre os farmacêuticos que frequentam a Residência Farmacêutica.
“Os farmacêuticos, para já, têm uma empregabilidade de 100%. Se não vierem para o SNS, vão para outro sítio onde lhes paguem como merecem”, alertou o presidente do SNF.