Foram divulgados os resultados do projeto europeu LIFE AskREACH, financiado pelo projeto LIFE da União Europeia, através do qual foram analisados os impactos negativos de substâncias tóxicas na saúde e ambiente em 13 países europeus, incluindo Portugal.
O projeto analisou 106 artigos utilizados diariamente pela população, como por exemplo plastificantes em plásticos (em luvas de jardinagem ou aventais de pintura), corantes em têxteis ou retardadores de chama em móveis e eletrodomésticos, tendo identificado a presença de pelo menos uma substância química de elevada preocupação em cerca de um terço dos produtos. Em causa estão substâncias que, por exemplo, podem ser cancerígenas, bioacumulativas, persistentes ou interferir com o sistema hormonal.
Dos produtos analisados, 10 continham substâncias químicas de elevada preocupação com peso superior a 0,1% e seis artigos continham substâncias plastificantes que estão restringidas em artigos de consumo desde julho de 2020, atingindo um grau de concentração de 23% nalguns casos.
A Associação Zero, parceira do projeto europeu, refere que “enquanto consumidores temos o direito a saber se um artigo que queremos comprar contém substâncias químicas de elevada preocupação (habitualmente designadas por SVHCs)”, acrescentando que “as marcas e os retalhistas estão legalmente obrigados a informar o consumidor, a seu pedido, se o produto contiver alguma destas substâncias em concentração superior a 0,1% em peso” e que está em causa um direito à informação por parte dos consumidores que “foi consagrado pelo regulamento europeu de produtos químicos ‘REACH’”.
Portugal enviou 16 artigos para análise, sendo que nenhum continha substâncias de elevada preocupação acima dos 0,1% em peso. Contudo, menos de um terço dos retalhistas ou produtores não acederam aos pedidos de informação enviados através da aplicação Scan4Chem.
O projeto REACH irá identificar, através de uma lista, as substâncias químicas que são cancerígenas, mutagénicas, tóxicas para a reprodução ou sistema hormonal, persistentes, bioacumulativas ou de preocupação equivalente.
Notícia disponível aqui.