O Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar da Ordem dos Farmacêuticos antecipa um impacto significativo da transposição para o ordenamento jurídico nacional da diretiva europeia sobre medicamentos falsificados, pelo desvio de recursos humanos para funções administrativas e pela complexidade acrescida em processos relacionados com devoluções a fornecedores ou em empréstimos entre hospitais, que em muitos casos são a via mais expedita para garantir o acesso dos doentes a medicamentos que lhes são essenciais.
A implementação da diretiva poderá levar a ruturas de
fornecimento de vários medicamentos, com graves consequências para os doentes,
adverte o Conselho do Colégio de Especialidade em Farmácia Hospitalar,
destacando também o incremento de custos e desperdiço para os serviços
farmacêuticos hospitalares no processo de devoluções de produtos a fornecedores.
O Conselho do Colégio de Especialidade considera importante
sensibilizar desde já todos os intervenientes para a necessidade de
investimentos em termos software, hardware, instalações e
recursos humanos na Farmácia Hospitalar, de forma a serem cumpridos os
requisitos impostos pela Diretiva 2011/62/UE e pelo Regulamento Delegado (UE) 2016/161.
A Ordem dos Farmacêuticos partilhou já estas e outras
preocupações com o Infarmed, que, em conjunto com a Administração Central do
Sistema de Saúde (ACSS) e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
(SPMS), estão a realizar visitas técnicas a diferentes farmácias hospitalares
para avaliar as condições de implementação do novo regulamento e as alterações
necessárias.