Um grupo de cidadãos ligados à área da Saúde, e preocupados com a capacidade de resposta do nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS), lançou hoje o movimento cívico e apartidário #SOSSNS. A iniciativa conta com o apoio das Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos, de associações de estudantes da área da Saúde e associações de doentes, estando aberta a toda sociedade civil. Numa altura em que a Assembleia da República discute a proposta de Orçamento Suplementar do Estado para 2020, os promotores pretendem realçar a necessidade de fortalecer o SNS, apresentando dez medidas que consideram urgentes para garantir a universalidades e equidade no acesso aos cuidados de saúde a todos os portugueses.
O movimento #SOSSNS realça a “grande lição” e o “enorme desafio” que a pandemia Covid-19 trouxe a todos os países. «Com a lição aprendemos que uma variação significativa na Saúde tem um impacto brutal na economia. Com o desafio aprendemos que é obrigatório investir fortemente nos serviços de saúde, para termos capacidade de resposta para os enormes desafios que temos pela frente. Recuperar o tempo perdido e estar preparado para o presente e para o futuro».
O impacto da pandemia de Covid-19 na vida das pessoas “está a provocar alterações negativas que podem demorar anos a recuperar”, destacam os promotores. “É preciso que as pessoas e os líderes políticos não o esqueçam e preparem os serviços de saúde para o tempo presente e para o futuro”, defendem.
A carta de princípios do movimento reconhece que “o SNS respondeu a esta pandemia”, mas alerta que “teve de deixar muita gente para trás”, o que “não pode voltar a suceder”. Por isso entendem ser este o momento para dizer “com determinação e sem medo” que “queremos um SNS para os 10 milhões de portugueses”.
Para que tal aconteça, propõe-se uma intervenção em vários aspetos concretos do serviço público de saúde, que vão desde a atribuição de um médico de família a todos os portugueses à recuperação das listas de espera para consultas, cirurgias e exames, telemedicina, hospitalização domiciliária, acesso à inovação e dispensa de medicamentos em proximidade, entre outras.
As medidas propostas envolvem um reforço do financiamento público da Saúde, que deve aumentar na ordem dos 7,5% ao ano, nos próximos cinco anos, para se aproximar da percentagem média do PIB que os restantes países da UE despendem com a Saúde.