A OF entende que o Plano Regional de Saúde deve ter prazos de execução bem definidos e garantir que todos os indicadores e metas têm uma avaliação prévia delineada e estruturada. Estes indicadores devem permitir avaliar o desempenho e qualidade dos serviços de saúde, a disponibilidade de profissionais de saúde, bem o acesso ao medicamento e demais tratamentos.
Neste contexto, o envolvimento dos farmacêuticos comunitários é absolutamente crucial, permitindo aliviar a pressão sobre o Serviço Regional de Saúde, através da resolução de situações clínicas ligeiras, na promoção para a literacia em saúde, bem como na referenciação de pessoas para outras unidades de cuidados de saúde primários e hospitalares.
A Ordem defende a implementação efetiva de vários serviços farmacêuticos à comunidade, como a renovação da terapêutica crónica, consulta farmacêutica dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade, administração de vacinas, cessação tabágica, rastreios e medição de parâmetros biológicos.
Na área da Farmácia Hospitalar, a Ordem recordou as escusas de responsabilidade apresentadas por mais de duas centenas de farmacêuticos hospitalares portugueses, entre os quais os farmacêuticos do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, evocando carências de recursos humanos em várias unidades do país. Alerta ainda para a necessidade de estabelecer um plano de contratação de recursos humanos farmacêuticos que permita o cumprimento das atividades desenvolvidas nos Serviços Farmacêuticos Hospitalares e nos Serviços de Patologia Clínica, garantindo a contratação de farmacêuticos para a Carreira Farmacêutica.
Os comentários remetidos pela Delegação Regional dos Açores apontam como exemplo a inexistência de farmacêuticos no centro de saúde da ilha de Santa Maria e os problemas relacionados com a toma incorreta de medicamentos, que na ilha Graciosa ascende a 12,7%.
“É necessário mensurar o panorama regional do uso indevido de medicamentos, de forma a desenvolver e aperfeiçoar mecanismos que o evitem e diminuam. Desta forma, poderão ser considerados certos serviços farmacêuticos, para além dos referidos anteriormente, nomeadamente o serviço de preparação individualizada da medicação, a revisão farmacoterapêutica, entre outros, os quais diminuem erros de medicação e geram ganhos em saúde”, defende a OF.
Todos estes serviços e propostas, requerem, contudo, duas condições essenciais: o acesso a informação clínica relevante e a comunicação entre as diversas entidades prestadoras de cuidados.