A inteligência artificial e o machine learning, a sustentabilidade ambiental, a medicina de precisão, a inovação nos métodos de diagnóstico, a telemedicina e a telefarmácia foram os pontos centrais de discussão nestes 4 dias de Congresso e que juntou centenas de farmacêuticos de todo o mundo.
Na reunião do Conselho da FIP, que precedeu o evento, sete novas organizações foram admitidas como membros plenos, uma admitida como membro observador e outra admitida como membro aliado. O Conselho da FIP ratificou ainda a nomeação de quatro personalidades para os cargos do Bureau da FIP, com o mandato a ter início no dia 5 de setembro: Giovanni M. Pauletti (EUA) como novo presidente do Conselho de Ciências Farmacêuticas, John Pieper novo presidente da FIP Education, e Don Mager (EUA), Robert Moss (Países Baixos) e Raquel Martínez García (Espanha) como novos vice-presidentes da organização.
No discurso inaugural, Paul Sinclair, presidente da FIP, elencou como principais desafios da profissão farmacêutica o acesso desigual aos cuidados de saúde, a escassez de medicamentos, a resistência antimicrobiana e a falsicação de medicentos. “A inovação não é apenas benéfica – é essencial. A farmácia inovadora melhora os cuidados prestados aos doentes, melhora os resultados terapêuticos, aborda os desafios dinâmicos dos cuidados de saúde e impulsiona a profissão”, sublinhou, referindo ainda a vacinação nas farmácias como um exemplo de uma abordagem com grande impacto na minimização das disparidades em saúde.
Helder Mota Filipe, bastonário da Ordem dos Farmacêuticos participou no dia 2 na reunião do fórum de reguladores da FIP. Na sua intervenção, Helder Mota Filipe partilhou as recentes transformações na profissão farmacêutica em Portugal, nomeadamente a alteração do Estatuto da OF, salientando a perda da autorregulação da profissão com a entrada elementos externos à Ordem nos seus órgãos sociais, uma mudança verificada também em outros países.
O dia 3 de setembro ficou marcado com a apresentação do projeto CT-Luso. O bastonário da OF sublinhou a importância da missão deste projeto na capacitação, do ponto de vista ético e regulamentar, os profissionais de saúde dos países lusófonos na área da investigação biomédica e ensaios clínicos. “Os países de língua portuguesa são frequentemente excluídos do circuito dos ensaios clínicos”, sendo a “barreira linguística uma das principais causas desta marginalização, uma vez que a formação em investigação clínica é normalmente conduzida em inglês ou francês”, explicou Helder Mota Filipe.
À semelhança do ano passado, a OF organizou um Get Together, um encontro informal e à margem do Congresso para convívio e partilha de experiências em farmacêuticos lusófonos que nesta edição com a presença de cerca de 40 profissionais.
O programa do 82º Congresso Mundial da FIP contou ainda com a exposição e apresentação oral de trabalhos práticos e científicos. No seu conjunto, a delegação portuguesa apresentou 26 pósteres, dos quais 7 elaborados pela OF e que analisam o trabalho da instituição em prol do desenvolvimento da profissão farmacêutica em Portugal. Participaram neste segmento a diretora-técnica do Centro de Informação do Medicamento da OF, Drª Ana Paula Mendes, a secretária técnica do Desenvolvimento Profissional da OF, Raquel Mateus, e a secretária técnica adjunta para o Desenvolvimento Profissional da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da OF (SRSRA-OF), Bruna Romoaldo.