A Coordenação Nacional da Estratégia do Medicamento e dos Produtos de Saúde, em colaboração com o Infarmed, outros treze departamentos do Ministério da Saúde e as Ordens dos Farmacêuticos, dos Médicos e dos Psicólogos, delinearam uma campanha de sensibilização junto dos profissionais de saúde e dos cidadãos em geral com o objetivo de alertar para os riscos associados ao consumo prolongado de benzodiazepinas. Cerca de 10% da população consome regularmente estes fármacos.
Numa primeira fase desta campanha, vão ser distribuídos folhetos informativos aos utentes nas farmácias e centros de saúde. Os profissionais de saúde vão também receber documentação sobre a utilização de benzodiazepinas, estando a informação centrada na a necessidade de a suspensão ou a redução destes medicamentos ser feita pelo médico assistente e para a existência de alternativas terapêuticas não medicamentosas e medicamentosas para o tratamento da ansiedade e da insónia.
Dados da Estratégia Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde indicam que em 2016, 1,9 milhões de utentes portugueses adquiriram pelo menos uma embalagem de medicamentos destinados sobretudo ao tratamento das perturbações de ansiedade e insónia (calmantes) – BDZ ou Z-hipnóticos (Z-H). Estes utentes são maioritariamente do género feminino (70 %), nas faixas etárias entre os 55 e os 79 anos (52 % do género feminino).
A região dos Açores é a maior utilizadora destes medicamentos, seguida pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro e do Norte. A ARS do Algarve regista a menor utilização.