“Todos temos responsabilidades na formação e informação aos profissionais de saúde sobre a segurança, qualidade e eficácia dos medicamentos biossimilares”. Palavras do bastonário da OF, Helder Mota Filipe, durante a Conferência “Medicamentos Biossimilares: a game changer para a sustentabilidade e mais ganhos em saúde”, realizada esta quinta-feira, dia 25 de maio, no Centro Cultural de Belém.
O evento teve como ponto central a apresentação do estudo realizado pela Apogen, em parceria com a ENSP, sobre as determinantes, barreiras e facilitadores da utilização de medicamentos biossimilares em Portugal.
Os resultados indicam que a utilização de biossimilares permitiu o tratamento de mais três milhões de doentes por dia e reduziu o custo médio nas terapêuticas biológicas em cerca de 41%. Em Portugal, são atualmente comercializados 14 medicamentos biossimilares, utilizados no tratamento de doenças oncológicas, reumatologia, oftalmologia, entre outras, mas o mercado apresenta elevado potencial de crescimento, com 124 medicamentos biológicos a perder a patente até 2030.
Nos últimos seis anos, a utilização de medicamentos gerou uma poupança de mais de 292 milhões de euros para o SNS. Mas, para os autores do estudo, a poupança poderia ser maior. Por um lado, não existem normas do Ministério da Saúde que promovam a sua utilização, por outro, falta informação das organizações e sociedades científicas que suportem a confiança e a decisão dos profissionais na sua utilização.
“O país, as autoridades, os decisores, os profissionais e os doentes. Todos devem ter absoluta confiança num processo exigente, mas transparente, de avaliação clínica de todos os fármacos”, considera o bastonário.
O representante dos farmacêuticos recorda a relação custo-efetiva dos medicamentos biossimilares e aponta a sua utilização como decisiva para equilíbrio das contas do SNS, sugerindo, inclusivamente, a sua inclusão como indicador de avaliação da gestão hospitalar.