A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF) visitou no dia 25 de Maio o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, onde foi recebida pelo presidente do Conselho de Administração, Francisco Ramos.
Os farmacêuticos que trabalham nesta unidade são responsáveis pela preparação de mais de 3 mil tratamentos mensalmente, lidando com uma tecnologia de saúde que representa um custo anual para o hospital superior a 30 milhões de euros, a maioria dos quais relativos a medicamentos antineoplásicos.
Inserida num projeto que levará a bastonária da OF a vários outros locais de exercício da profissão farmacêutica, com o objetivo de aproximar a Ordem dos seus membros, esta visita ao IPO de Lisboa evidenciou, uma vez mais, a relevância das funções dos farmacêuticos hospitalares, também elas reconhecidas pela administração e pelo corpo clínico.
A bastonária percorreu as diferentes áreas da farmácia hospitalar, desde a zona reservada à dispensa em ambulatório, passando pelas câmaras para manipulação de preparações estéreis e não estéreis, até ao processo de distribuição da medicação para as enfermarias e aos doentes, contactando neste percurso com alguns dos 18 farmacêuticos que integram a equipa e que são também responsáveis pela aquisição de medicamentos, pela validação das prescrições ou pela gestão do stocks em armazém, entre outras.
Em declarações à comunicação social durante a visita, a bastonária reiterou a defesa da criação de uma carreira reservada a estes farmacêuticos que trabalham no SNS.
A Ordem considera que os farmacêuticos que desempenham funções nos hospitais portugueses têm sido elementos-chave no processo da monitorização da utilização da terapêutica, no cumprimento das normas vigentes e que a sua ação como garante da manutenção da qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos deve ser reforçada.
A grande maioria dos países europeus tem vindo a apostar num reforço das competências dos farmacêuticos hospitalares, definindo claramente um enquadramento em carreira autónoma ou em conjunto com profissionais considerados do mesmo nível de qualificações, competências e funções, promovendo desta forma a rentabilização da perícia farmacêutica.
As mais recentes orientações e diretivas europeias apostam também na especialização destes profissionais, garantindo períodos formativos de grande qualidade e que implicam a melhoria dos cuidados prestados e a custos controlados.
Esses períodos formativos especializados designados de estágio, residência ou internato devem ter a duração de 4 anos e decorrer em ambiente hospitalar, incorporando competências na área da avaliação económica, qualidade e segurança, informação, para além da consolidação e aplicação prática dos conhecimentos adquiridos durante o Mestrado Integrado.
Para a OF, a autonomização da Carreira Farmacêutica tem como grandes vantagens a definição de uma formação estruturada para os novos profissionais que iniciam atividade neste ramo, a garantia de uma renovação do quadro de farmacêuticos no SNS e uma melhor organização e planeamento dos recursos farmacêuticos nas diferentes unidades hospitalares, mas também a nível nacional.