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Bastonária anuncia recandidatura – Notícias


A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos anunciou ontem, durante a sessão de abertura do Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH), a sua recandidatura ao cargo, nas eleições agendadas para o próximo dia 9 de fevereiro. Ana Paula Martins manifestou desejo de continuar o trabalho desenvolvido no primeiro mandato, considerando o período eleitoral que se avizinha como o momento oportuno para uma reflexão interna e debate de ideias entre a profissão farmacêutica. “A classe enriquece com o envolvimento de mais colegas, com a apresentação de candidaturas para os vários órgãos sociais da OF”, disse.

“Há três anos não sabia onde me ia meter; hoje sei bem o que
me espera”, disse a bastonária, num tom irónico, justificando assim o período
de reflexão e introspeção que fez nos últimos meses sobre a sua recandidatura ao
cargo no próximo triénio.

Entre as principais motivações que encontrou foi a conclusão
do processo de regulamentação da Carreira Farmacêutica no Serviço Nacional de
Saúde (SNS), cuja aprovação e publicação em Diário da República, em agosto de
2017, foi “apenas um passo” para a sua efetiva implementação no terreno.

No passado dia 15 de novembro, foi dado mais um passo, com a
publicação no Boletim do Trabalho e Emprego (BTE) do acordo coletivo entre os
hospitais E.P.E. e o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, mas falta ainda uma
etapa que a bastonária considera fundamental.

“Estamos muito para além do tempo previsto para regulamentação”,
lembrou. “E continua a faltar um diploma estruturante para a profissão e para
esta carreira: a criação de um internato farmacêutico, ou formação especializada,
como lhe queiram chamar… Mas, independentemente da nomenclatura, temos de conseguir
definir um percurso formativo, um modelo de progressão e desenvolvimento
profissional, rumo à especialização, que garanta a preparação de todos os
farmacêuticos contratados e a renovação geracional do quadro de farmacêuticos no
SNS”.

A bastonária lembrou as carências de recursos humanos em Farmácia
Hospitalar, identificadas pela Ordem num levantamento efetuado em julho do presente
ano, no âmbito transição de alguns trabalhadores do SNS para o regime de
trabalho de 35 horas semanais. “Na altura, identificámos que seriam necessários
mais de 250 profissionais nas farmácias hospitalares das unidades de saúde
públicas, entre farmacêuticos (144), técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica
(143), assistentes operacionais (57) e assistentes técnicos (24)”.

Ana Paula Martins agradeceu a união da classe em torno deste
objetivo. “A profissão soube unir-se para um bem maior, dando uma clara demonstração
de coesão, sem paralelo na nossa história. Temos de manter bem acesso este processo
e integrar os serviços farmacêuticos hospitalares do setor privado neste
roteiro”, disse ainda a representante dos farmacêuticos, lembrando que mais de
30% dos cuidados de saúde que são hoje prestados aos portugueses ocorre no
setor privado, seja no âmbito de um regime convencionado com o SNS ou de seguros
de saúde.

Ana Paula Martins elencou outros desafios que se colocam aos
profissionais que exercem nesta área de atividade farmacêutica, como o acesso
aos dados clínicos, “fundamentais para a nossa missão de garantir a relação
benefício-risco das terapêuticas que recomendamos aos nossos doentes”, ou a
investigação clínica, “cuja falta de recursos condiciona a competitividade do
país na área dos ensaios clínico”.

O Congresso da APFH decorre até amanhã, no Centro do
Congressos do Estoril, sob o tema “Farmacêuticos. Focados no Doente e na
Profissão”. No final da sessão de abertura, a associação distinguiu várias personalidades
com o título de socio honorário da APFH, entre os quais os bastonários da OF,
Ana Paula Martins, Carlos Maurício Barbosa e José Aranda da Silva.

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