O Conselho Nacional de Saúde (CNS) apresentou o relatório “A Pandemia de COVID-19. Desafios para a saúde dos portugueses”, que reflete sobre a forma como a pandemia poderá ter afetado a demografia e o bem-estar social da população, a saúde mental e a prestação de outros cuidados de saúde, hospitalares e nos cuidados de saúde primários, à população, produzindo recomendações para um retoma e recuperação.
A apresentação pública do novo relatório do CNS decorreu
durante o seu 5.º Fórum, realizado no dia 11 de julho, no auditório da
Assembleia da República (AR), com as participações da vice-presidente da AR,
Edite Estrela, da ministra da Saúde, Marta Temido, e do presidente do CNS,
Henrique Barros.
O CNS é um órgão independente, de consulta do Governo, que
visa garantira a participação dos cidadãos na definição de políticas de saúde e
promover uma cultura de transparência e de prestação de contas perante a
sociedade.
Entre os membros conselheiros estão representantes de várias
organizações da sociedade civil, entre as quais a Ordem dos Farmacêuticos,
representada pelo presidente da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas,
Luís Lourenço.
O relatório agora publicado debruça-se sobre múltiplas
dimensões e impactos da pandemia de COVID-19, desde a prestação de cuidados aos
indicadores demográficos, sociais e de saúde, em especial na área da saúde
mental.
Ao longo do documento são descritos os desafios vividos
durante a pandemia e apresentadas 10 recomendações para o futuro, para uma
recuperação e reforço da resposta para uma melhor da saúde da população:
- Estudar
os efeitos da pandemia - Mais
acesso a dados - Decisão
mais transparente - Áreas
prioritárias - Robustecer
o SNS - Reformar
a Saúde Pública - Maior
coordenação - Acelerar
transição digital - Melhor
promoção da saúde - Reforçar
a proteção dos mais vulneráveis
O relatório destaca o “conjunto relevante de respostas”
proporcionadas pelas farmácias comunitárias durante a pandemia. Além do acesso
continuado à medicação, incluindo medicamentos de dispensa exclusiva em
ambulatório hospitalar, as farmácias deram um contributo decisivo na
disponibilização de equipamentos de proteção individual, no reforço da
cobertura vacinal contra a gripe e, muito especialmente, na disponibilização de
autotestes e implementação de serviços de testagem rápida, que foram
“fundamentais para compatibilizar a gestão da pandemia com a manutenção de
funcionamento de todo o país”.
O documento recorda que no ano passado foram
disponibilizados mais de 10 milhões de autotestes nas farmácias e que os farmacêuticos
realizaram mais de 5 milhões de testes de uso profissional. “No final de 2021,
os testes realizados nas farmácias comunitárias totalizavam cerca de 90% do
total de testes rápidos de antigénio realizados no país”, destacam os autores.
Por outro lado, o setor privado, incluindo aqui os laboratórios clínicos, foram
responsáveis por cerca de 89% de todos os testes de diagnóstico para a COVID-19
realizados em Portugal, ou seja, cerca de 1 milhão de testes semanais no final
do ano passado.
O contributo do setor privado para a estratégia nacional de
testagem contra a COVID-19 é particularmente visível desde outubro de 2020,
quando foi constituída a task force dedicada ao tema. O relatório destaca, no
entanto, a redução do número de exames e meios complementares de diagnóstico em
cerca de 30%, com as áreas de Medicina Física e Reabilitação. Na área das
análises clínicas, o relatório refere uma diminuição de 22% entre março de 2021
e janeiro de 2022, por comparação com o período homólogo anterior, o que significa
uma redução de mais de 10 milhões de análises clínicas.
Clique para aceder ao relatório
do CNS “A Pandemia de COVID-19. Desafios para a saúde dos portugueses”.