Entre as medidas apresentadas destacam-se a reformulação das carreiras e das grelhas salariais, a criação de incentivos para a fixação em zonas carenciadas, com majoração salarial de pelo menos 40% nos primeiros cinco anos, programas de prevenção do burnout e de promoção do bem-estar laboral, bem como um projeto-piloto para a organização de horários mais sustentáveis.

O plano está estruturado em cinco eixos de intervenção: carreiras, remuneração e condições contratuais; planeamento estratégico e gestão de recursos humanos; formação contínua e desenvolvimento profissional; bem-estar, saúde mental e conciliação da vida pessoal e profissional; e transdisciplinaridade, inovação e participação.

Os jovens identificam como “desafios críticos” a precariedade laboral, a ausência de progressão nas carreiras, os níveis elevados de stress e burnout e a crescente emigração de profissionais qualificados. Segundo um barómetro desenvolvido pela Plataforma, apenas 10% dos jovens se dizem satisfeitos com as condições de trabalho e mais de 60% referem que os seus horários não permitem uma articulação equilibrada entre vida pessoal e profissional.

No documento, os jovens profissionais defendem ainda a revisão dos estatutos de carreira e dos instrumentos de avaliação, a criação de uma base regulamentar transversal às várias profissões de saúde e uma grelha remuneratória multidisciplinar aplicável a todos os profissionais em início de carreira. É igualmente proposto o combate progressivo à precariedade contratual, substituindo avenças e recibos verdes por contratos estáveis, bem como a revisão legislativa das carreiras especiais da saúde, alargando a sua aplicação a categorias atualmente desprotegidas.

Na área da formação, os jovens propõem ainda a criação de mecanismos de incentivo financeiro às instituições de saúde para a promoção de formação contínua e a introdução de uma majoração fiscal, em sede de IRS, para as despesas com formação profissional.