Estudo da APJF aponta desafios profissionais na Farmácia Comunitária – Notícias


A Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF) divulgou os resultados do Estudo para o Pacto pela Valorização da Profissão e Atividade do Farmacêutico Comunitário, que tinham sido apresentados, pela primeira vez, em fevereiro, durante uma reunião entre o presidente e vice-presidente da APJF com o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, que assumiu o compromisso de efetuar uma análise mais aprofundada dos resultados agora divulgados.

O inquérito promovido pela APJF registou a participação de mais de mil farmacêuticos comunitários de diferentes faixas etárias, avaliando a sua perceção sobre as condições de trabalho e de exercício da atividade profissional.
Os resultados mostram que mais de 90% dos farmacêuticos comunitários estão preocupados com as condições do mercado de trabalho em Portugal. Cerca de 30% referem que já procuraram oportunidades de trabalho em farmácia comunitária no estrangeiro.
Os principais desafios e constrangimentos assinalados pelos farmacêuticos são a remuneração (3 em cada 4 não estão satisfeitos com a sua remuneração, principalmente em função das suas qualificações profissionais e da realidade socioeconómica do país), o equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e familiar (com 67% sentem que não existe equilíbrio) e as perspetivas de progressão na carreira (83% dos comunitários não estão satisfeitos com a perspetiva de carreira oferecida na área de farmácia comunitária).
Este trabalho revela que estas dimensões da remuneração e do equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e familiar estão entre os fatores que mais influenciam a motivação dos profissionais, com 98% dos inquiridos a classificá-las como “Muito Importante” ou “Importante”.
Os resultados apontam ainda como aspetos a melhorar a necessidade de regulamentos e normas suficientes e adequados para o exercício da atividade farmacêutica e a de um maior investimento pelas entidades empregadoras na formação dos seus colaboradores.
Apesar das dificuldades, o estudo evidencia também aspetos positivos. De um modo geral, os farmacêuticos consideram que as farmácias dispõem das condições essenciais de qualidade, segurança, privacidade dos utentes e bem-estar das equipas. A grande maioria dos farmacêuticos (96%) acreditam também que o seu trabalho e atividade têm um impacto positivo na saúde e bem-estar da população.
Os resultados deste trabalho serão a base de entendimento para a discussão e assinatura de um Pacto pela Valorização da Profissão e da Atividade do Farmacêutico Comunitário, um memorando de entendimento entre várias entidades do sector, com medidas e objetivos para o desenvolvimento da profissão farmacêutica na área de farmácia comunitária, promoção de melhores condições laborais e a implementação de políticas que incentivem a qualificação, a diferenciação profissional e a conciliação entre a vida pessoal e profissional.
Lucas Chambel, presidente da APJF, acredita que este trabalho “pode ser um primeiro sinal importante e uma base para uma ação coordenada que garanta a atração e retenção de talento farmacêutico nas farmácias e, ao mesmo tempo, que crie condições para o desenvolvimento das farmácias a médio-longo prazo, para que possam continuar a prestar serviços e cuidados farmacêuticos à população em proximidade”, disse o responsável, citado em comunicado.

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