A Direção-Geral da Saúde (DGS) apresentou a 15 de março o relatório “Portugal – Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos em Números 2015”, que aponta para um aumento de mortalidade por infeções nosocomiais.
Estes dados e indicadores constituem o denominado “índice de qualidade PPCIRA” [Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos], que, a partir de 2017, ficará associado à atribuição de incentivos, no âmbito dos contratos-programas dos hospitais.
De acordo com a informação divulgada pela DGS, assistiu-se a uma redução da incidência de algumas infeções em 2014, como é o caso da pneumonia associada à intubação traqueal, nas Unidades de Cuidados Intensivos, que apresenta taxas comparáveis à média europeia, da bacteriemia associada a cateter venoso central e da infeção associada a cirurgia do cólon e reto.
Em outros casos verificou-se um ligeiro agravamento, como aconteceu na infeção associada a cirurgia das vias biliares.
Registaram-se ainda evoluções positivas no consumo de antimicrobianos, principalmente na classe das quinolonas, cujo consumo desceu, entre 2011 e 2014, 27% no ambulatório e mais de 8% a nível hospitalar, mas também uma inversão da tendência crescente no consumo de carbapenemos, antibióticos associados à seleção de bactérias multirresistentes, o qual diminuiu 5% entre 2013 e 2014.
No período em apreço, verificou-se redução das taxas de resistência em alguns microrganismos multirresistentes, como Staphylococcus aureus resistente à meticilina, Enterococcus ou Acinetobacter, taxas que ainda assim se mantém elevadas, considerando-se fundamental a sua redução. Caraterizada como mais preocupante, é a situação que se verifica nas bactérias classificadas como Gram-negativo. Tal é o caso da resistência elevada aos antibióticos da classe das quinolonas, da bactéria Escherichia coli, responsável pela maior parte das infeções urinárias não complicadas.
Mas a principal ameaça é constituída pelo microrganismo Klebsiella pneumoniae resistente aos antibióticos da classe dos carbapenemos, já presente em todo o Mundo.
Clique aqui para aceder ao relatório “Portugal – Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos em Números 2015”.
Consulte também o Despacho n.º 3844-A/2016.