O farmacêutico António Hipólito de Aguiar acaba de lançar o seu mais recente livro, intitulado “As farmácias em Portugal. Retrato de uma crise e visão de futuro”, cujo prefácio é assinado pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
A obra tem como intuito caraterizar os acontecimentos que conduziram a uma degradação generalizada do setor do retalho farmacêutico em Portugal, bem como refletir sobre as componentes críticas para a prossecução da atividade empresarial e profissional numa farmácia.
Mencionam-se, por um lado, as alterações de caráter político-administrativo entre 2006 e 2013, que contribuíram para uma desregulação do sector – liberalização da propriedade das farmácias e da venda de MNSRM, flexibilização dos critérios de instalação e transferência, entre outras. E, por outro, recordam-se as condicionantes orçamentais que levaram à redução do nível de comparticipação médio sobre o preço dos medicamentos e às sucessivas reduções no preço dos medicamentos, lembrando-se que o valor de mercado do medicamento desceu 22,8%, entre 2006 e 2014, e que o resultado líquido das farmácias diminuiu, em média, 21,1% no mesmo período.
Para o autor, a sustentabilidade económica e financeira das farmácias implica uma nova estratégia que deverá contemplar, entre outros aspetos, o desenvolvimento de novas áreas de intervenção profissional; a formação pós-graduada em áreas em que os farmacêuticos serão chamados a intervir; o envolvimento e integração com outras estruturas de prestação de cuidados de saúde e com outros profissionais de saúde, partilhando responsabilidades e melhorando a capacidade de resposta do nosso sistema de saúde.
António Hipólito de Aguiar defende nesta obra que a farmácia terá de se posicionar como espaço de saúde. “Só seremos relevantes para a sociedade se formos capazes de ser imprescindíveis para melhorar a vida de alguém”.