Apifarma organizou ontem, em Lisboa, a Conferência “Plataforma para melhorar o acesso a novos medicamentos oncológicos”. O presidente da associação e os bastonários das Ordens dos Farmacêuticos e dos Médicos estiveram na abertura do evento e reforçaram o problema do subfinanciamento do setor da saúde.
O “Relatório Comparativo sobre o Acesso dos Doentes a
Medicamentos contra o Cancro na Europa” elaborador pelo Instituto Sueco para a
Economia da Saúde serviu de mote para a discussão sobre o tratamento oncológico
em Portugal.
“O investimento per capita em medicamentos
oncológicos em Portugal (76 euros) não chega a metade da média europeia (169
euros). São menos 93 euros, diferencial que coloca Portugal junto dos quatro
piores classificados de um conjunto de 31 países analisados”, refere a
Apifarma.
Como resultado desta conferência foram consensualizadas
cinco medidas de ação para garantir o acesso atempado dos doentes às melhores
terapêuticas, sem perder de vista a sustentabilidade do sistema.
A primeira recomendação aponta para o reforço das verbas
alocadas à Saúde e para uma revisão do modelo de financiamento em Oncologia.
Segue-se a valorização dos recursos humanos, onde se incluem
os profissionais de saúde, tendo em conta a importância fundamental da sua
motivação para a prestação dos melhores cuidados de saúde.
A terceira proposta aponta a necessidade de implementar
sistemas de monitorização de dados – como dados de gestão, de desempenho das
instituições no tratamento do cancro e de utilização de medicamentos em
contexto de vida real – para utilização pelos vários intervenientes, incluindo
decisores e escrutínio público.
A contratação de profissionais especializados no registo e
tratamento de dados, que assegurem a qualidade do processo, é a quarta
proposta.
A
quinta recomendação vai no sentido da introdução de critérios transparentes nos
processos de avaliação e reavaliação das tecnologias de saúde e da redução dos
atrasos do tempo de aprovação de inovação.