A CIP – Confederação Empresarial de Portugal, a Ordem dos Médicos (OM) e a Ordem dos Farmacêuticos (OF) realizaram ontem, em Lisboa, a conferência “A Saúde é uma prioridade para Portugal?”. A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos insistiu no problema do subfinanciamento crónico do setor, lembrando que hoje o País investe menos na Saúde do que o fazia em 2010.
Ana Paula Martins falou sobre o impacto do atual contexto económico
e financeiro do País no setor da Saúde, reconhecendo a dificuldade de ação do
próprio Ministério da Saúde.
Para a bastonária, “se Portugal está a consolidar a sua
economia, se cresce no PIB, mas decresce o investimento num dos seus pilares
sociais, é porque a Saúde em Portugal não é uma prioridade”.
“Este ano, se não tivermos uma injeção no orçamento da Saúde,
uma transferência extraordinária, a dívida vencida será de mais de 1,2 mil
milhões de euros”, lembrou a bastonária.
“Falta tudo isto mas não nos falta ânimo”, disse ainda, ao
destacar o esforço dos profissionais de saúde para colmatar lacunas no sistema.
“Construímo-lo durante 40 anos.
Fizemo-lo com os portugueses e portuguesas. Com a sua vontade,
confiança, com o seu dinheiro. Foi um investimento que nunca colocámos em causa
porque tinha retorno”, lembrou.
No entanto, “falta-nos tanto para conseguir viver com a
qualidade merecida e necessária a nossa vida depois dos 65 anos […] e, acima de
tudo, falta-nos organização, a capacidade de pensar e encontrar soluções
conjuntas rápidas e consequentes”.
A conferência reuniu no Centro Cultural de Belém vários
outros responsáveis e parceiros de organizações ligadas ao setor da Saúde,
entre os quais o secretário de Estado da Saúde, o presidente da Comissão
Parlamentar de Saúde, o bastonário da Ordem dos Médicos e os presidentes da
CIP, da Apifarma ou da ANF, entre muitos outros.