A bastonária destacou as implicações ao nível das infraestruturas e equipamentos de saúde e, fundamentalmente, na escassez e motivação dos profissionais de saúde, e consequentemente impacto na qualidade dos cuidados de saúde prestados aos portugueses.
“Sabemos que o que o país gasta é apenas 5,4% do PIB, estamos no fim da tabela dos países da OCDE. O que assistimos é a um desânimo muito grande por parte dos profissionais, a um sistema que vai andando, mas que não responde e que, sobretudo, não tem perspetiva de futuro quando a população está mais envelhecida e vai precisar de mais cuidados de saúde, que vai ter múltiplas patologias”, disse a líder do CDS-PP, em declarações à comunicação social.
A bastonária apresentou também as prioridades políticas da instituição e as principais preocupações dos farmacêuticos portugueses, relatando experiências e contactos que tem mantido com profissionais e unidades de saúde durante o projeto Roteiros Farmacêuticos.
Descreveu, em particular, o processo de regulamentação da recém-criada Carreira Farmacêutica no Serviço Nacional de Saúde (SNS), como a criação do Internato Farmacêutico, a contratação de novos farmacêuticos e a renovação geracional do quadro farmacêutico no SNS.
Ana Paula Martins referiu-se também aos problemas de sustentabilidade que ainda persistem no setor da Farmácia Comunitária. Neste capítulo, enfatizou as vantagens da implementação de novos serviços farmacêuticos nas farmácias comunitárias e o desenvolvimento de novos modelos de remuneração em função dos atos farmacêuticos praticados.
No setor das Análises Clínicas, a bastonária relembrou as dificuldades que atravessam os pequenos e médios operadores privados das regiões do interior, em virtude das decisões das administrações hospitalares de internalizar as análises clínicas nos respetivos hospitais e laboratórios do Estado. Ana Paula Martins realçou que o modelo de complementaridade entre o setor público e privado, materializado no regime de convenções entre o SNS e os prestadores privados, garantiu durante vários anos aos portugueses a qualidade e proximidade os meios complementares de diagnósticos.
No final do encontro, a presidente do CSD-PP explicou a importância de “discutir soluções” com os profissionais de saúde. Assunção Cristas reteve “preocupações em relação a escassez de recursos humanos na Saúde, não só de médicos e enfermeiros, mas também farmacêuticos”, situação agravada pelo envelhecimento da população, que torna a intervenção destes profissionais cada vez mais necessária.
Esta reunião entre a bastonária da OF e a presidente do CDS-PP contou também com as presenças de João Rebelo, deputado do CDS-PP, Helena Farinha, da Direção Nacional da OF, e Clara Carneiro, diretora da OF para Área Institucional e Polícias de Saúde.