A Ordem dos Farmacêuticos (OF) voltou a reunir os representantes dos doentes para mais uma edição do Simpósio “Pessoas que (con)vivem com doença: uma conversa na primeira pessoa”, desta feita em Coimbra, no auditório da Secção Regional do Centro. A elevada adesão ao evento e os importantes testemunhos apresentados tornam evidente o interesse e a responsabilidade dos farmacêuticos em conhecer melhor os problemas diários e as necessidades em saúde destas pessoas e dos seus cuidadores.
dos cidadãos, Sofia Crisóstomo, e contou com as intervenções dos representantes
da Associação Nacional dos Doentes com Artrites e Reumatismos na Infância, da
Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino, da Associação
Protetora dos Diabéticos de Portugal, da Europacolon Portugal e da Liga
Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas.
Numa fase inicial foi efetuado um enquadramento das
respetivas doenças, as suas limitações, tratamentos disponíveis e impacto a
nível profissional, social, psíquico, entre outros. Os membros destas
organizações apresentaram também os serviços e apoio que estas associações
prestam aos seus membros.
De forma consensual, foi sublinhado que estas pessoas são
portadoras de uma doença crónica, com que se habituaram a conviver, que exige
cuidados e uma monitorização permanente, mas que é já encarada com uma condição
ou caraterística intrínseca desses indivíduos, que procuram uma sã convivência
com a doença.
Ao longo do debate, foram mencionadas necessidades e
prioridades na gestão destas doenças e da sua medicação a importância de envolver os doentes na
decisão sobre os tratamentos que lhes são administrados. Foram também
analisadas questões relacionadas com os efeitos secundários de alguns
medicamentos e a sua notificação à autoridade reguladora ou unidades de
farmacovigilância, bem como estratégias para administração em crianças e noutros grupos populacionais com necessidades particulares.
Foi dada ainda enfase particular à relação dos doentes e das
associações que os representam com os profissionais de saúde, em especial com
os farmacêuticos comunitários.
A assessora da OF para o Planeamento Estratégico
Profissional, Filipa Alves da Costa, e o membro do Grupo Profissional de
Farmácia Comunitária, Luís Lourenço, falaram sobre os serviços disponibilizados
nas farmácias que podem responder a necessidades concretas dos doentes, como a
revisão da medicação, os serviços de monitorização e promoção da adesão à terapêutica, incluindo a preparação individualizada da medicação e o serviço de primeira dispensa de medicação (ou o aconselhamento na primeira toma). Estes dois responsáveis procuraram também
esclarecer algumas dúvidas levantadas pela assistência, disponibilizando-se
para apoiar na resolução de questões práticas (concretas) levantadas pelos doentes.
No
final da sessão foi realçado o posicionamento privilegiado dos farmacêuticos
para contacto com a população e com estes doentes em concreto, que deles
esperam uma atenção e um aconselhamento profissional e informação credível,
cientificamente validada que ajude a lidar com os constrangimentos da doença.