O Ministério da Saúde apresentou ontem um Relatório Anual de Acesso a Cuidados de Saúde referente ao ano 2018. O relatório inclui referências a vários projetos e serviços em desenvolvimento nas farmácias comunitárias, farmácias hospitalares e laboratórios de análises clínicas.
O relatório refere a continuidade do projeto TARV II, recentemente
distinguido pelo Infarmed com o Prémio de Boas Práticas na categoria “Projetos”,
que permite a dispensa de terapêutica anti retrovírica combinada nas farmácias
comunitárias. “Os resultados indicam que 413 doentes estão a fazer o
levantamento da terapêutica no âmbito do projeto, sendo que 53% (219) o fazem
nas 101 farmácias aderentes do distrito de Lisboa e os restantes na farmácia
hospitalar do Hospital Curry Cabral”, pode ler-se no documento.
No que diz respeito às infeções por HIV, HVB e HVC, o relatório
refere a promoção do rastreio nas farmácias comunitárias, na sequência do
Despacho n.º 2522/2018, de 12 de março, que resultou em 184 testes realizados
em 80% das farmácias aderentes.
Ainda no âmbito da prevenção de infeções por VIH e
hepatites virais, nomeadamente no que se refere aos utilizadores de drogas por
via injetável, o relatório refere que o Programa de Troca de Seringas, que celebrou
25 anos em 2018, registou uma diminuição no número de seringas distribuídas,
1 300 134 unidades, cerca de 8,5% face ao ano de 2017.
O documento menciona ainda a intervenção das farmácias
comunitárias e laboratórios privados na estratégia de digitalização do Serviço
Nacional de Saúde, pela criação de novos mecanismos de integração de dados. “No
que se refere à integração com farmácias, foi possível registar: 3.642 questionários
ativos mais 2.530 questionários inativos, o que representa um total de 6.172
questionários integrados no final do ano 2018; 99.450 vacinas integradas em 2018, com um
total de 186.466 desde outubro de 2017”.
No âmbito das receitas sem papel, o relatório refere que
no ano transato foram prescritas 51 787 248, o que representa cerca de 94%
das receitas totais, face aos 89% de 2017.
O relatório faz ainda um balanço do mercado do
medicamento, no qual refere que “no ano de 2018, os encargos do SNS e dos
utentes com medicamentos apresentam um aumento de 3,4% e 1,6%, respetivamente,
quando comparados com 2017”. Também o volume de embalagens disponibilizadas
sofreu um incremento, cerca de 2,5% face ao período homólogo. No que diz
respeito aos medicamentos genéricos, verificou-se um aumento face a 2017
(47,5%), estabelecendo-se nos 48,4% de quota de mercado. O relatório refere também
um crescimento significativo no que se refere aos medicamentos biossimilares, destacando
o início do consumo em 2018 de biossimilares de Adalimumab e Trastuzumab.
Quanto ao Serviço Nacional de Saúde, o
relatório destaca também um aumento de 1,6% nas consultas médicas nos cuidados
de saúde primários, que atingiram um total de 31,2 milhões de consultas. O
documento destaca a cobertura de médico de família a 9.478.480 utentes, que
corresponde a 93% dos utentes inscritos no SNS e representa um ganho de 3,3% em
relação a 2015 e de 10,9% em relação a 2010. O relatório realça ainda a
entrada em funcionamento de 37 novas Unidades de Saúde Familiar (USF) e 8
Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC), em 2018.
Consulte o documento na íntegra, aqui.